Notícia

Pesquisadores identificam novo alvo para o tratamento de transtornos neuropsicológicos

Peptídeo mais conhecido por sua associação com a regulação cardiovascular e renal também se revelou capaz de atenuar comportamentos depressivos e ansiosos em animais

Pedro Figueiredo, UFMG

Fonte

UFMG | Universidade Federal de Minas Gerais

Data

quinta-feira, 9 maio 2024 12:30

Áreas

Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Farmacologia. Microbiologia. Neurociências. Psicologia. Psiquiatria. Química Medicinal. Saúde Pública.

O sistema renina-angiotensina (SRA) é um complexo biológico formado por peptídeos, enzimas e receptores, presente em todos os tecidos do corpo humano. Em geral, o SRA é conhecido pelo seu papel regulador no sistema cardiovascular e renal e desempenha importantes ações fisiológicas no sistema nervoso central – nos últimos anos, suas possibilidades de aplicação vêm sendo estudadas em doenças neurológicas, cerebrovasculares, neurodegenerativas e em transtornos neuropsiquiátricos.

A Alamandina, peptídeo do SRA descoberto em 2013 pelo grupo de pesquisa liderado pelo Dr. Robson dos Santos – professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG) – é alvo farmacológico potencial para o tratamento de transtornos neuropsiquiátricos, demonstrou pesquisa desenvolvida sob a coordenação do Dr. Lucas Kangussu, professor do Departamento de Morfologia do ICB-UFMG.

Os resultados publicados recentemente pelo grupo na revista científica Hormones and Behavior complementam outro estudo publicado no mesmo periódico em 2021. Os dois trabalhos mostram que a Alamandina atenua comportamentos de ansiedade e depressão em ratos transgênicos por meio do receptor MrgD.

A relevância desse estudo é particularmente significativa no contexto dos transtornos de ansiedade e depressão, que afetam milhões de pessoas no Brasil e em todo o mundo (cerca de 10% da população mundial), impactam os serviços de saúde e causam importantes repercussões sociais e econômicas. Apesar dos avanços em relação aos medicamentos para o tratamento desses transtornos, uma parcela significativa de pacientes é resistente às medicações disponíveis. Assim, existe uma busca contínua e incessante de novas moléculas para ampliar o arsenal farmacológico para o tratamento das duas doenças.

A pesquisa conduzida pelo grupo do professor Lucas Kangussu destaca-se por apresentar uma abordagem farmacológica nova e promissora na busca de novos alvos para o tratamento de transtornos neuropsiquiátricos direcionados para o SRA. As próximas etapas estão concentradas no entendimento dos mecanismos celulares e moleculares envolvidos nos efeitos ansiolíticos e antidepressivos da Alamandina.

Reposicionamento de fármacos

Os pesquisadores também estão investigando se medicamentos já amplamente utilizados para tratar doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial, aumentam os níveis de Alamandina. Dessa forma, podem identificar novas possibilidades potenciais para o tratamento de transtornos de ansiedade e depressão com o reposicionamento de fármacos, ou seja, a descoberta de novos usos para remédios já empregados para tratar outras doenças.

Essa frente é objeto de investigação das pesquisadoras Laura Amado Costa e Laura Beatriz de Oliveira Amaral, mestrandas do Programa de Pós-graduação em Neurociências da UFMG, em parceria com o professor Dr. Robson dos Santos e com a professora Dra. Maria José Campagnole dos Santos, pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanobiofarmacêutica (INCT-Nanobiofar).

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Minas Gerais.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do ICB-UFMG. Imagem: Laura Amado Costa (à esquerda), professor Lucas Kangussu e Laura Beatriz Amaral em laboratório do ICB-UFMG. Fonte: Pedro Figueiredo, UFMG.

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