Notícia
RNAs circulares: a nova fronteira na pesquisa do câncer
Estudo revisou os principais aspectos dos circRNAs, incluindo como eles são formados, a maneira como funcionam na condução do câncer e como podem ser explorados como um novo tratamento para o câncer
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Fonte
Universidade Flinders
Data
domingo, 4 agosto 2024 18:00
Áreas
Biologia. Biomarcadores. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Engenharia Biológica. Farmacologia. Microbiologia. Oncologia. Patologia. Saúde Pública.
Desvendar as complexidades dos RNAs circulares (circRNAs) na biologia do câncer colocou os cientistas à beira de avanços revolucionários no diagnóstico e tratamento do câncer.
Um novo estudo da Universidade Flinders, na Austrália, com a participação de pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica Nature Reviews Cancer, prevê um potencial notável para os RNAs circulares melhorarem o tratamento do câncer e os resultados dos pacientes nos próximos 5 a 10 anos.
“Na última década, a pesquisa sobre circRNAs surgiu como uma área vital de estudo, revelando o papel crucial que essas moléculas de RNA exclusivas desempenham na biologia do câncer”, disse o Dr. Simon Conn, professor da Universidade Flinders que lidera o Laboratório de [Aplicação de] RNAs Circulares em Câncer no Flinders Health and Medical Research Institute (FHMRI).
“Ao entender as funções específicas dos circRNAs em cada estágio do câncer, esperamos aproveitá-los na luta contra o câncer, abrindo caminho para desenvolvimentos diagnósticos e terapêuticos inovadores que podem mudar o cenário da oncologia para sempre”, disse o pesquisador.
CircRNA é o tipo de RNA mais recentemente descoberto, que difere de outros RNAs por ser um círculo fechado e ter um significado especial na luta contínua para combater o câncer.
O estudo ‘Circular RNA in Cancer’ revisou os principais aspectos dos circRNAs, incluindo como eles são formados, a maneira como funcionam na condução do câncer e como podem ser explorados como um novo tratamento para o câncer.
“Só tomamos conhecimento dos circRNAs há aproximadamente 10 anos. Mas nesse curto período, descobrimos que há mais de 10 vezes mais circRNAs do que todos os outros RNAs combinados, e eles desempenham um papel importante em todos os estágios de quase todos os cânceres — desde o início da primeira mutação causadora do câncer até a metástase e até as células cancerosas se tornarem resistentes à quimioterapia”, disse o Dr. Simon Conn.
“As informações sobre circRNAs estão avançando rapidamente. Agora sabemos que os circRNAs naturais podem ser usados para induzir uma resposta imune para matar células cancerosas, imitando a maneira como a vacina sintética COVID-19 funciona para atingir o vírus. Também descobrimos que altos níveis de circRNAs em certas pessoas podem causar mutações em seu DNA, o que resulta em uma forma de câncer no sangue, a leucemia”, continuou o professor.
O estudo também destaca o potencial de usar circRNAs como biomarcador de câncer.
A Dra. Vanessa Conn, autora principal do estudo e pesquisadora sênior da Universidade Flinders , disse que os circRNAs desempenharão um papel importante na detecção e diagnóstico do câncer no futuro: “Os circRNAs podem ser usados como biomarcadores de câncer em biópsias líquidas, como sangue, para ajudar os médicos a saber quando o câncer começa, antes que ele possa ser visualizado por ressonância magnética, e até mesmo como está respondendo ao tratamento”.
“Criticamente, ao usar estratégias para aumentar ou diminuir circRNAs específicos no câncer, podemos usá-los como uma terapia completamente nova que beneficiará pacientes com cânceres difíceis de tratar, como câncer cerebral e câncer pancreático. À medida que continuamos a descobrir o funcionamento intrincado dos circRNAs, as aplicações potenciais na medicina personalizada podem em breve se tornar realidade”, concluiu a pesquisadora.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Flinders (em inglês).
Fonte: Universidade Flinders. Imagem: Freepik.
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