Notícia

Estudo aborda vigilância genômica do vírus Oropouche no Brasil

Desenvolvimento do Kit Molecular Oroupoche/Mayaro começou há cerca de um ano

Coleção de Ceratopogonidae do IOC/Fiocruz

Fonte

Fiocruz | Fundação Oswaldo Cruz

Data

quarta-feira, 4 setembro 2024 11:45

Áreas

Análises Clínicas. Biomedicina. Biotecnologia. Diagnóstico. Doenças Infecciosas. Genômica. Imunologia. Microbiologia. Saúde Pública. Virologia.

Arboviroses são um grande problema de saúde pública no Brasil. O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) possui significativa expertise no desenvolvimento de kits para diagnóstico que identificam os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A ideia é identificar mais arboviroses, como oropouche e mayaro, que acenderam o sinal de alerta dos cientistas nos últimos anos por conta do aumento do número de casos.

Colaboradores da Vice-Diretoria de Reativos para Diagnóstico (VDIAG) da Fiocruz tiveram o estudo Oropouche virus genomic surveillance in Brazil publicado recentemente na revista científica Lancet Infectious Diseases.

A Dra. Patrícia Alvarez, pesquisadora e gerente dos projetos de diagnóstico molecular de Bio-Manguinhos/Fioruz, explicou que o ensaio Kit Molecular Oroupoche/Mayaro, em fase final de desenvolvimento, foi essencial para a identificação de oropouche no Brasil. “Esse kit viabilizou a continuidade da avaliação genética das amostras, gerando dados de extrema importância que foram publicados neste artigo científico. O cenário de surtos torna o diagnóstico molecular diferencial uma ferramenta importante para auxiliar no manejo do paciente e na vigilância epidemiológica”, afirmou a pesquisadora.

A Dra. Patrícia contou que o desenvolvimento do Kit Molecular Oroupoche/Mayaro começou há cerca de um ano: “Este ensaio vem complementar o Kit ZC D tipagem Bio-Manguinhos (que detecta zika, chikungunya e dengue), onde a ideia é adicionar o diagnóstico para mayaro e oropouche. Procuramos estabelecer estratégias que antecipem possíveis futuras emergências relacionadas a arbovírus. Nesta linha, temos não somente esse, mas outros ensaios em desenvolvimento”.

O trabalho descreveu a múltipla exposição do vírus Oropouche (Orov) da região Norte do Brasil para outras regiões do país. A pesquisadora detalhou como o kit funciona e seu benefícios: “O ensaio, por ser multiplex, permite o diagnóstico diferencial, o qual é fundamental para vigilância epidemiológica, além de ser importante para uma efetiva intervenção de saúde pública. Os resultados são obtidos em poucas horas e o kit pode processar até 94 amostras por rotina”.

Outro diferencial do produto é o uso de um ‘multicontrole positivo’, componente inovador por conter o material genético ou a molécula-alvo que o teste pretende detectar. Esses controles positivos são usados para garantir que o teste esteja funcionando corretamente. Trata-se de VLPs (Virus-Like-Particles) bioseguras, permitindo que o teste possa detectar eficazmente os alvos virais sem expor os operadores a riscos biológicos. “A boa notícia é que a submissão de registro do produto será em breve”, concluiu a Dra. Patrícia Alvarez.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Fiocruz.

Fonte: Gabriella Ponte, Bio-Manguinhos/Fiocruz. Imagem: Inseto da espécie Culicoides paraensis, popularmente chamado de maruim ou mosquito-pólvora. Fonte: Coleção de Ceratopogonidae do IOC/Fiocruz.

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