Notícia
Composto antiviral oferece esperança contra a gripe mortal
Estudo realizado em animais descobriu que um composto modelado com uma proteína encontrada nas bananas protege com segurança contra várias cepas do vírus influenza
Pixabay
Fonte
Universidade de Michigan
Data
terça-feira, 21 janeiro 2020 12:20
Áreas
Bioquímica. Farmacologia. Imunologia. Saúde Pública.
O que mantém a maioria dos pesquisadores de doenças infecciosas acordados à noite não são vírus específicos como o Ebola. Em vez disso, a influenza, comumente conhecida como gripe, continua sendo um perigo claro e presente para a humanidade.
“A gripe é um grande problema, pois o vírus adoece ou mata milhões de pessoas a cada ano”, diz o Dr. David Markovitz, professor de Medicina Interna na Divisão de Doenças Infecciosas da Escola de Medicina da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. “Uma nova pandemia na linha da gripe espanhola de 1918 tem o potencial de matar milhões de pessoas aqui e no exterior”.
Pensando nesse objetivo, ele e uma extensa equipe de colaboradores trabalham há anos em medicamentos antivirais de amplo espectro, desenvolvidos a partir de bananas, entre outras coisas.
Em um novo artigo publicado na revista científica Proceedings da National Academy of Sciences, o Dr. Markovitz, a doutoranda Evelyn Coves-Datson, e o Dr. Akira Ono, professor de Microbiologia e Imunologia e sua equipe, demonstraram que um composto modificado à base de uma lectina de banana, uma proteína chamada H84T, tem um potencial real de uso clínico contra a influenza.
Em seus experimentos, mais de 80% dos camundongos expostos a uma forma de gripe tipicamente fatal conseguiram sobreviver à doença após receber uma injeção da proteína, mesmo 72 horas após a exposição.
A equipe também fornece evidências precoces de que o composto é seguro. Uma desvantagem da lectina de banana e que ocorre naturalmente – ela pode causar inflamação pela ativação inadequada do sistema imunológico – não estava presente em camundongos que receberam a H84T. Além disso, como a H84T é uma proteína, havia a preocupação de que o corpo a reconhecesse como estranha e desenvolvesse anticorpos contra ela, neutralizando-a ou causando danos. A equipe descobriu que, embora os animais desenvolvessem anticorpos contra a H84T, eles não pareciam ser afetados adversamente por eles.
O composto funciona porque tem como alvo um açúcar chamado manose, que está presente no exterior de certos vírus, mas não na maioria das células saudáveis. “Pudemos mostrar que o H84T bloqueia a capacidade do vírus influenza de se fundir com estruturas denominadas endossomos na célula humana, um passo fundamental na infecção. Fazer isso desativou sua capacidade de se replicar e causar estragos”, destaca o Dr. Markovitz.
Surpreendentemente, esse mecanismo de ação, a ligação de açúcares de manose na superfície dos vírus, significa que a H84T é eficaz não apenas contra a gripe, mas também contra o Ebola, HIV, sarampo, a MERS – uma nova doença viral mortal que foi relatada pela primeira vez na Arábia Saudita em 2012 – SARS e todos os outros coronavírus testados.
Ainda mais promissor é que o composto funciona onde o Tamiflu (oseltamivir), a atual terapia padrão para gripe grave, falhou. “Também mostramos que pode haver um efeito sinérgico entre o H84T e o Tamiflu”, conclui o Dr. Markovitz.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Michigan (em inglês).
Fonte: Kelly Malcom, Universidade de Michigan. Imagem: Pixabay.
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