Notícia

Bactéria intestinal pode facilitar infarto

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Fonte

Universidade de Roma Sapienza

Data

terça-feira, 21 janeiro 2020 16:40

Áreas

Cardiologia. Desenvolvimento de Fármacos. Saúde Pública.

A maioria dos ataques cardíacos ocorre devido à formação de um coágulo sanguíneo (trombo) que obstrui uma ou mais artérias coronárias (as artérias que transportam sangue oxigenado e nutrientes para o músculo cardíaco), mas os mecanismos relacionados à sua formação não são totalmente conhecidos.

Um novo estudo de pesquisadores italianos mostrou pela primeira vez que uma bactéria intestinal, a Escherichia coli, circula no sangue de pacientes sujeitos a ataque cardíaco e se concentra no trombo coronário, facilitando seu crescimento. Os resultados, publicados na revista científica European Heart Journal, abrem novas perspectivas terapêuticas, incluindo o desenvolvimento de uma vacina que possa impedir o processo trombótico.

O trabalho, realizado em uma amostra de 150 pacientes, é resultado da colaboração de uma equipe de cardiologistas, cardiologistas intervencionistas, patologistas, patologistas clínicos e biólogos, liderada pelo Dr. Francesco Violi, diretor da Clínica Médica do Hospital Universitário Umberto I, da Universidade de Roma Sapienza.

Em 50 pacientes que tiveram ataque cardíaco, a concentração da cápsula bacteriana presente nos trombos foi analisada e comparada com a de 50 pacientes em condição normal (angina estável) e 50 indivíduos controle. Os pesquisadores observaram uma presença bacteriana significativamente maior no grupo infartado do que nos outros dois grupos, associando-o à ativação plaquetária no nível do trombo.

Através de métodos de biologia molecular, foi possível demonstrar que a bactéria que circulava no sangue de pacientes com ataque cardíaco era a Escherichia Coli, tipicamente de origem intestinal.

Para entender o motivo da presença bacteriana, a equipe analisou a permeabilidade intestinal de indivíduos com ataque cardíaco, que foi alterada em comparação aos indivíduos controle. Essa condição foi correlacionada com a concentração da cápsula bacteriana no trombo coronário, sugerindo que o aumento da permeabilidade intestinal é responsável pela translocação bacteriana no sangue dos indivíduos sujeitos a um ataque cardíaco. O fenômeno foi reproduzido em nível animal através da injeção de Escherichia Coli, que amplificou a trombose.

Os pesquisadores também identificaram a qual receptor celular a Escherichia Coli se liga para facilitar a trombose, o receptor Toll-like 4, e inibiram o processo trombótico favorecido por Escherichia Coli através de um inibidor específico.

“Esses resultados, além de definirem um novo mecanismo que favorece um ataque cardíaco, abrem novas perspectivas terapêuticas para o seu tratamento, como o uso da molécula identificada em casos agudos ou o desenvolvimento de uma vacina que impeça a trombose da artéria coronária”.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Roma Sapienza (em italiano).

Fonte: Universidade de Roma Sapienza. Imagem: Freepik.

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