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UFRJ desenvolve vacina contra a COVID-19

UFRJvac deve iniciar ensaios em humanos em poucos meses; envio do Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento à Anvisa deve ocorrer ainda em agosto

Divulgação, Coppe/UFRJ

Fonte

UFRJ | Universidade Federal do Rio de Janeiro

Data

terça-feira, 10 agosto 2021 06:15

Áreas

Doenças Infecciosas. Farmacologia. Saúde Pública. Vacinas.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avança no combate à pandemia de COVID-19. A notícia boa é que a UFRJvac, vacina que está sendo desenvolvida pela UFRJ, encontra-se nos últimos estágios de estudos em animais, os chamados estudos pré-clínicos. A expectativa é de que os ensaios clínicos do imunizante, que são os testes em humanos voluntários, sejam iniciados até o final deste ano. Os pesquisadores estão finalizando o Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM) para envio à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que deve acontecer ainda em agosto.

A pesquisa da UFRJvac é coordenada pela professora Dra. Leda Castilho, que também coordena o Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (LECC) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe/UFRJ).

“A vacina é baseada no uso de uma cópia da proteína que recobre a superfície do vírus. Estas cópias de proteínas são chamadas de proteínas recombinantes. Há outras vacinas sendo usadas há muitos anos, inclusive em recém-nascidos e em idosos, que também são baseadas nessa tecnologia de proteína recombinante. Um exemplo é a vacina da hepatite B, que é amplamente usada desde a década de 1980; a vacina para o HPV, usada em crianças e adolescentes desde 2007, e uma vacina de proteína recombinante contra a gripe, que é usada anualmente em idosos no mundo todo desde 2013. Essa tecnologia é facilmente aplicável a outras variantes do coronavírus e até mesmo a outros vírus. Mas, para cada vírus, é primeiro importante determinar qual é a melhor proteína do vírus para ser usada como IFA da vacina. No caso do coronavírus, já se sabe que a proteína chamada de Spike (a proteína que compõe a espícula do vírus, a parte pontiaguda do vírus) é um bom IFA para vacinas. Então, se forem variantes do coronavírus, é a mesma proteína, só que com as mutações respectivas de cada variante. A gente tem continuamente atualizado a UFRJvac para obter versões para diversas variantes, sendo que várias já estão prontas. Então, até o final do ano, antes de entrar em ensaios em humanos, vamos selecionar a(s) variante(s) mais importante(s) para seguir adiante no desenvolvimento”, afirmou a Dra. Leda Castilho.

Diferenças entre a UFRJvac e as vacinas já aprovadas

De acordo com a pesquisadora, as vacinas Moderna e Pfizer se baseiam no RNAm (RNA mensageiro) que codifica a proteína S do coronavírus. Quando injetado no ser humano, o corpo passa a produzir a proteína S, que é reconhecida como exógena, e por isso desencadeia a resposta imune e a produção de anticorpos. “Já as vacinas de Oxford, Gamaleya (Sputnik V) e Janssen são vacinas de vetor viral: pegam outros vírus que são inofensivos em humanos e colocam, no genoma desses vírus, o gene que codifica a proteína S. Assim, quando o organismo recebe essas vacinas, também começa a produzir a proteína, que então desencadeia a resposta imune”, afirmou a professora Leda.

“No caso da UFRJvac, em vez de injetar um RNAm ou um vetor viral contendo a sequência para produção da proteína dentro do organismo, fizemos isso dentro de uma célula no laboratório. Essa célula passou a produzir a proteína S e, hoje em dia, é cultivada em grandes biorreatores, para que ela produza grande quantidade da proteína. Então, no caso da nossa pesquisa, a vacina já contém a proteína pronta”, explicou a especialista.

Os cientistas do LECC/Coppe/UFRJ conseguiram produzir, pela primeira vez, a proteína S antes do carnaval de 2020, ou seja, antes mesmo da confirmação do primeiro caso de COVID-19 no Brasil. A proteína, produzida e purificada na UFRJ, tem sido utilizada na fabricação de testes sorológicos mais baratos do que os utilizados comercialmente, e de soro anti-covid obtido em cavalos, assim como em pesquisas básicas realizadas em diversas instituições brasileiras.

Acesse a notícia completa na página da UFRJ.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Reitoria/UFRJ e Coppe/UFRJ. Imagem: doutoranda Renata Alvim observa as células produtoras do IFA ao microscópio. Fonte: Divulgação, Coppe/UFRJ.

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