Notícia
‘Super algas marinhas’ produzem compostos naturais para a saúde e medicamentos
Nova tecnologia pode levar a tratamentos anticancerígenos, antidiabéticos, anti-inflamatórios, antivirais e antibióticos
Universidade de Tel Aviv
Fonte
Universidade de Tel Aviv
Data
sábado, 1 abril 2023 11:00
Áreas
Biologia. Biotecnologia. Cosmética. Dermatologia. Desenvolvimento de Fármacos. Fitoterapia. Microbiologia. Oceanografia. Produtos Naturais. Química Medicinal. Suplementos.
Depois de desenvolver uma tecnologia inovadora que permite o crescimento de algas enriquecidas com proteínas e minerais como zinco, ferro, iodo, magnésio e cálcio para humanos e animais, pesquisadores da Faculdade de Ciências da Vida da Universidade de Tel Aviv, em Israel, e do Instituto de Pesquisa Oceanográfica e Limnológica de Israel (IOLR) fizeram um novo avanço: conseguiram aumentar significativamente a capacidade das algas marinhas de produzir substâncias naturais saudáveis, com foco no aumento da produção de compostos bioativos que oferecem benefícios de saúde aos seres humanos, como antioxidantes – cuja concentração foi dobrada nas algas marinhas; protetores solares naturais – cuja concentração triplicou; e pigmentos protetores únicos de grande valor para a saúde, cuja concentração aumentou dez vezes.
O estudo foi realizado com a abordagem inovadora e sustentável da aquicultura integrada, que combina algas marinhas com o cultivo de peixes, valorizando as algas marinhas e, ao mesmo tempo, ajudando a purificar a água do mar e minimizando os impactos ambientais negativos. Segundo os pesquisadores, essas descobertas podem servir para as indústrias farmacêutica, cosmética, alimentícia e de suplementos nutricionais.
Fabricantes de Compostos Valiosos
O novo desenvolvimento foi liderado pelo doutorando Doron Ashkenazi, da Universidade de Tel Aviv e do IOLR, sob a orientação do Dr. Avigdor Abelson, professor da Escola de Zoologia da Universidade de Tel Aviv, e do Dr. Alvaro Israel, pesquisador do IOLR em Haifa, em colaboração com outros pesquisadores líderes de Israel e em todo o mundo, incluindo o Dr. Guy Paz, da IOLR; a especialista em química orgânica Dra. Shoshana Ben-Valid; o Dr. Eitan Salomon, pesquisador do Centro Nacional de Maricultura em Eilat; e pesquisadores da Universidade de Málaga, na Espanha. O artigo foi publicado na revista científica Marine Drugs.
Doron Ashkenazi explicou que “as algas marinhas, também conhecidas como macroalgas, são plantas marinhas que formam a base do ecossistema marinho costeiro. As algas absorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio para o meio ambiente. Elas purificam a água, fornecem alimento, habitat e abrigo para inúmeras espécies de peixes e invertebrados. Muitos não sabem que as algas marinhas também produzem uma grande variedade de compostos bioativos distintos que são benéficos para os seres humanos. As algas marinhas que vivem na zona intertidal enfrentam condições extremas de estresse, que incluem mudanças na salinidade, temperatura, condições de dessecação [perda de umidade], mudanças na disponibilidade de nutrientes e alta exposição à radiação solar, especialmente na faixa ultravioleta (UV)”.
Para sobreviver, as algas marinhas desenvolveram um conjunto único de mecanismos de defesa química – substâncias químicas naturais que as ajudam a lidar com esses ambientes hostis. São fábricas naturais altamente eficientes que produzem substâncias valiosas que podem oferecer benefícios significativos aos seres humanos.
No estudo, os pesquisadores procuraram examinar se e como é possível aumentar e maximizar a produção de compostos bioativos e metabólitos secundários pelas algas marinhas, que oferecem benefícios significativos à saúde. Essas substâncias incluem antioxidantes, pigmentos protetores e filtros naturais de radiação UV.
Futuro mais verde do que nunca?
Com essa finalidade, os pesquisadores desenvolveram uma abordagem de cultivo original e prática, em que três algas locais – Ulva, Gracilaria e Hypnea – foram inicialmente cultivadas ao lado de efluentes de peixes e posteriormente expostas a estressores, incluindo alta irradiância, falta de nutrientes e alto teor de sal.
Eles investigaram como essas mudanças afetaram a concentração de biomateriais valiosos específicos nas algas, para aumentar sua produção. Os resultados foram impressionantes: os níveis de antioxidantes dobraram, as moléculas de protetor solar natural das algas triplicaram e os pigmentos protetores aumentaram dez vezes. “Desenvolvemos condições de cultivo ideais e inventamos uma maneira nova e limpa de aumentar os níveis de compostos bioativos naturais saudáveis nas algas marinhas a um nível sem precedentes. Na verdade, produzimos ‘super algas marinhas’ projetadas para serem utilizadas pelas indústrias emergentes de saúde para aplicações em alimentos e saúde”, concluiu Doron Ashkenazi.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Tel Aviv (em inglês).
Fonte: Universidade de Tel Aviv. Imagem: sistema de aquicultura dedicado onde os pesquisadores cultivaram três espécies locais de algas. Fonte: Divulgação, Universidade de Tel Aviv.
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