Notícia

A dupla função das proteínas da cromatina

Fonte

Universidade de Roma Sapienza

Data

quinta-feira, 8 setembro 2022 06:10

Áreas

Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Microbiologia. Oncologia.

A divisão celular é um evento fundamental comum à maioria das formas de vida. Em eucariontes, os mecanismos que a regulam e a maioria dos principais fatores envolvidos são evolutivamente conservados e estão sendo estudados em particular por sua relevância na pesquisa do câncer.

Já em 2021, o grupo do Dr. Patrizio Dimitri, professor do Departamento de Biologia e Biotecnologia da Universidade de Roma Sapienza, na Itália, havia revelado uma função não canônica da proteína SRCAP no controle da divisão celular, independente de seu papel como regulador epigenético da estrutura e função da cromatina, ou seja, aquele complexo de proteínas e ácidos nucléicos que compõem o genoma celular dos eucariontes.

Recentemente, um novo estudo, coordenado pelo Dr. Patrizio Dimitri e pelo Dr. Giovanni Messina, em colaboração com o Instituto Pasteur Italia – Fundação Cenci Bolognetti, analisou as possíveis funções não canônicas de outras proteínas da cromatina no controle de células divisão em células humanas e no organismo modelo Drosophila melanogaster.

Os resultados da pesquisa, publicados na revista científica BMC Biology, mostraram que não é apenas a proteína SRCAP que tem uma dupla função. De fato, dezenas de outras proteínas pertencentes ao mesmo complexo de remodelação da cromatina do qual a SRCAP faz parte e ao complexo relacionado p400/Tip60 são transferidos do núcleo interfásico para o aparelho mitótico para garantir o bom desempenho da divisão celular.

“São proteínas que têm ‘vida dupla’: inicialmente, no núcleo interfásico, estão envolvidas no controle epigenético da expressão gênica e, posteriormente, durante a progressão do ciclo celular, eles são transferidos para centrossomos, fuso e meio corpo para garantir seu funcionamento, garantindo assim o sucesso da divisão celular e uma distribuição igual de cromossomos nas duas células-filhas. Esta ‘jornada mitótica’ representa um fenômeno massivo e evolutivamente preservado, que nunca havia sido descrito até agora”, explicou o professor Patrizio Dimitri.

A falta dessas proteínas causa alterações na divisão celular e no número cromossômico, resultando em instabilidade genética, condição que pode desencadear o aparecimento de tumores.

“A esperança da nossa equipa de pesquisa é investigar os mecanismos subjacentes a um cenário complexo, que vê a interligação de fenômenos como a remodelação da cromatina, o ciclo celular, a carcinogênese e as doenças do desenvolvimento “, concluiu o Dr. Giovanni Messina, primeiro autor do estudo.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Roma Sapienza (em italiano).

Fonte: Universidade de Roma Sapienza. Imagem: Pontes de cromatina visualizadas com imunofluorescência. Fonte: Wikimedia Commons.

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