Notícia
Análise de big data sugere papel da conectividade do cérebro na atrofia relacionada à epilepsia
Estudo multicêntrico prevê com precisão os danos à massa cinzenta causados por doenças
Divulgação, Universidade McGill
Fonte
Universidade McGill
Data
sexta-feira, 4 dezembro 2020 10:50
Áreas
Bioinformática. Doenças Neurológicas. Neurociências.
Um estudo internacional encontrou uma ligação entre as conexões cerebrais e a atrofia da massa cinzenta causada por certos tipos de epilepsia, um grande passo para a compreensão da doença.
Na neurociência, está se tornando cada vez mais claro que o conectoma do cérebro é tão importante quanto sua anatomia no estudo das doenças humanas. O conectoma é um mapa de conexões neurais que descreve como as regiões do cérebro interagem e funcionam juntas para realizar certas tarefas. Embora a pesquisa do conectoma em epilepsia tenha avançado nos últimos anos, ainda há muito que não se sabe sobre seu papel no transtorno.
O estudo, que contou com a participação de 62 pesquisadores ao redor do mundo – incluindo o Dr. Fernando Cendes, do Departamento de Neurologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – e que foi liderado por pesquisadores do Hospital do Instituto Neurológico de Montreal (The Neuro), analisou dados de 1.021 indivíduos com epilepsia e 1.564 controles saudáveis em 19 locais ao redor do mundo do banco de dados ENIGMA. O ENIGMA é uma coleção de dados de neuroimagem disponíveis para pesquisadores sob os princípios da ciência aberta. Os pesquisadores usaram esses dados para mapear a atrofia da substância cinzenta, uma característica da epilepsia, nos pacientes.
Eles então coletaram dados de outro banco de dados chamado Human Connectome Project, que fornece dados de conectomas de um grande grupo de controles saudáveis. A hipótese deles era que a atrofia da massa cinzenta apareceria com mais frequência em partes do cérebro onde a conectividade era mais alta, conhecidas como ‘hubs’.
“As regiões centrais são conhecidas por participarem da sinalização cerebral, têm alta plasticidade e alta atividade metabólica, tornando-as candidatas à atrofia relacionada à epilepsia”, disse a Dra. Sara Larivière, principal autora do estudo e doutoranda no The Neuro.
A equipe descobriu que áreas de alta atrofia em pacientes com epilepsia generalizada idiopática e epilepsia do lobo temporal também tendiam a ser regiões centrais. Usando análises adicionais, os pesquisadores foram capazes de mostrar que seu modelo poderia prever os danos que a epilepsia causou à massa cinzenta de pacientes individuais ao longo do tempo.
“Nossas descobertas em vários locais mostram que a conectividade do cérebro contribui para o efeito que a epilepsia tem em toda a estrutura do cérebro”, disse o Dr. Boris Bernhardt, pesquisador do The Neuro e autor sênior do estudo. “Isso será importante para entender os déficits funcionais comuns em pacientes individuais e para avaliar o efeito da doença ao longo do tempo”, concluiu o especialista.
O estudo foi publicado na revista científica Sciences Advances.
Acesse o resumo do artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade McGill (em inglês).
Fonte: Shawn Hayward, The Neuro, e Universidade McGill. Imagem: Divulgação, Universidade McGill.
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