Notícia
Anticorpos e testes para detecção de malária são desenvolvidos em pesquisa no Amazonas
Érico Xavier, FAPEAM
Fonte
FAPEAM | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas
Data
quinta-feira, 1 agosto 2019 09:25
Áreas
Doenças Parasitárias. Saúde Pública. Biotecnologia. Biomedicina. Diagnóstico.
A malária é causada por um parasito do gênero Plasmodium, transmitida pela picada de mosquitos infectados. Febre alta, sudorese e calafrios, palidez, cansaço, falta de apetite e dores na cabeça e em outras regiões do corpo são os principais sintomas, que podem se manifestar, geralmente, em algumas semanas após a picada. A malária continua sendo uma doença que atinge a população no Brasil e no mundo, e seu diagnóstico rápido e preciso é de fundamental importância para o correto tratamento dos pacientes.
Pensando em buscar novas metodologias para solucionar este problema, o pesquisador em Biotecnologia, Dr. Luis André Mariúba, do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) vem desenvolvendo juntamente com seu grupo e colaboradores, anticorpos e imunoensaios específicos para diagnóstico da malária.
O projeto contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) por meio do Programa de Excelência em Pesquisa Básica e Aplicada em Saúde (PROEP).
A pesquisa coordenada pelo Dr. Luis André Mariúba desenvolveu e avaliou o desempenho de anticorpos IgG (produzidos em camundongos) e IgY (produzidos em ovos de galinha) capazes de detectar no sangue de pacientes proteínas marcadoras de infecções causadas por Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum, os quais são os principais causadores da malária no Brasil.
“Avaliamos estes anticorpos na metodologia tradicional de Testes para Diagnóstico Rápido (TDRs) por fluxo lateral (com apoio do Laboratório de Tecnologias de Diagnóstico Bio-Manguinhos/Fiocruz); por um método de fluxo lateral utilizando nanotubos de carbono (desenvolvido pelo Dr. Jin Woo Choi, da Universidade do Estado da Louisiana, nos Estados Unidos), com adaptações desenvolvidas pela equipe; por eletroquímica (com apoio do Dr. Walter Brito – da Universidade Federal do Amazonas – UFAM); e por citometria de fluxo”, explicou o especialista.
Testes para Diagnóstico Rápido – (TDRs)
O Dr. Luis Maríuba destaca que os TDRs tornaram-se uma grande alternativa ao diagnóstico, principalmente, em situações onde a microscopia não é de fácil acesso, como em localidades distantes. “ Vale ressaltar que o Brasil ainda é muito dependente atualmente de TDRs estrangeiros. Exemplos destas tecnologias de conhecimento geral pelo grande público são os testes comprados em farmácias como de gravidez e de glicemia. Ambos os casos estão dentro do conceito “Point-of-Care” (PoC), que são tecnologias que podem ser utilizadas ao lado do leito do paciente e ajudar nas decisões de profissionais da área da saúde”, relata.
Patente
O pesquisador informou ainda que a pesquisa gerou em outubro de 2018 um depósito de patente referente a um método de solubilização de nanotubos de carbono e diferentes aplicações testadas, como em TDRs, sensores eletroquímicos, citometria de fluxo e imunização de animais.
Malária no Amazonas
De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), no primeiro trimestre de 2019 foram registrados 11.358 casos de malária no Amazonas. Até o momento, o Amazonas está com redução de 42,36% no número de casos, em comparação com o mesmo período de 2018, que registrou 19.704.
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Fonte: Jessie Silva, FAPEAM. Imagem: Érico Xavier, FAPEAM.
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