Notícia

Câncer custa R$ 3 bi por ano ao SUS: terapia CAR-T pode poupar recursos e melhorar a qualidade de vida de pacientes

Produção nacional da terapia celular por instituições públicas vai reduzir o custo e viabilizar sua inclusão no SUS

National Cancer Institute (EUA)/NIH

Fonte

Instituto Butantan

Data

domingo, 16 abril 2023 12:10

Áreas

Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Células-tronco. Genética. Hematologia. Imunoterapia. Microbiologia. Oncologia. Políticas Públicas. Saúde Pública. Terapia Genética.

Os impactos do câncer transitam pela esfera social e econômica, motivando uma busca incessante da ciência por novas abordagens terapêuticas para a doença, que é a segunda principal causa de morte no mundo. Uma das estratégias mais inovadoras, que está em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, é a terapia celular CAR-T, que tem o potencial de ser mais eficaz e econômica. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta cerca de R$ 3 bilhões por ano com o tratamento de pacientes oncológicos, incluindo quimioterapias, radioterapias, cirurgias, internações e demais despesas hospitalares. No mundo, esse valor é estimado em US$ 2 trilhões.

Reconhecida como uma das fronteiras da medicina atual contra o câncer, a terapia CAR-T reprograma as células do próprio sistema imune do paciente para combater a doença. Ela começou a ser testada em 2010 nos Estados Unidos e foi aprovada pela agência reguladora Food and Drug Administration (FDA) sete anos depois, pois se mostrou segura e capaz de causar a remissão de leucemia e linfoma. No entanto, o alto custo restringe o seu acesso: são US$ 500 mil por paciente, o equivalente a cerca de R$ 2,5 milhões.

Fazer com que esse tratamento possa ser aplicado gratuitamente na população brasileira é o objetivo da parceria entre o Instituto Butantan, o Hemocentro de Ribeirão Preto e  a Universidade de São Paulo (USP), que inauguraram em junho de 2022 duas unidades de produção da terapia – os Núcleos de Terapia Avançada (Nutera) de São Paulo e de Ribeirão Preto. A terapia CAR-T vem sendo testada com sucesso no Hemocentro desde 2019 de forma compassiva e, em 2023, entrará na fase 1 do estudo clínico.

Segundo o Dr. Gil Cunha De Santis, diretor médico do Laboratório de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto, a expectativa é que a produção totalmente nacional da terapia CAR-T por instituições públicas possibilite a redução de seu custo em até 10 vezes, facilitando sua incorporação ao SUS. “Estudos de viabilidade econômica ainda estão em andamento, mas estimo que a terapia vai custar por volta de R$ 200 mil para a saúde pública”, afirmou o gestor.

A inclusão da terapia CAR-T no SUS, além de proporcionar maior chance de cura aos pacientes, poderá reduzir a necessidade de tratamentos convencionais. Isso ajudaria a poupar recursos e melhoraria a qualidade de vida das pessoas, que ficariam menos tempo submetidas a terapias com muitos efeitos colaterais.

Outra vantagem é o tempo de tratamento: enquanto a terapia celular CAR-T dura até dois meses, desde a coleta das células até a sua modificação e aplicação, a quimioterapia, por exemplo, pode durar anos. “É preciso um investimento alto em um primeiro momento, mas em longo prazo os ganhos são claros. Você consegue tratar os pacientes em menos tempo, ter menos internações, reduzir custos convencionais”, destacou o Dr. Gil de Santis.

Acesse a notícia completa na página do Instituto Butantan.

Fonte: Aline Tavares, Instituto Butantan. Imagem: National Cancer Institute (EUA)/NIH.

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