Notícia

Cientistas descobrem causa do lúpus e uma possível maneira de reverter a doença

Dois defeitos celulares parecem conduzir a doença autoimune

Wikimedia Commons

Fonte

Universidade Northwestern

Data

sábado, 13 julho 2024 14:45

Áreas

Análises Clínicas. Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Dermatologia. Doenças Autoimunes. Hematologia. Microbiologia. Reumatologia.

A doença autoimune lúpus eritematoso sistêmico — ou simplesmente lúpus — afeta milhões de pessoas e pode resultar em danos fatais a vários órgãos, incluindo rins, cérebro e coração. As causas da doença são obscuras há muito tempo. Os tratamentos existentes geralmente não conseguem controlar a doença e têm efeitos colaterais não intencionais de redução da capacidade do sistema imunológico de combater infecções.

Mas recentemente, cientistas da Escola de Medicina da Universidade Northwestern e do Brigham and Women’s Hospital, nos Estados Unidos, descobriram um defeito molecular que promove a resposta imunológica patológica no lúpus e mostraram que reverter esse defeito pode potencialmente reverter a doença.

“Ao identificar uma causa para esta doença, encontramos uma cura potencial que não terá os efeitos colaterais das terapias atuais”, disse o Dr. Jaehyuk Choi, coautor do estudo e professor de Dermatologia na Escola de Medicina da Universidade Northwestern.

“Identificamos um desequilíbrio fundamental nas respostas imunológicas que os pacientes com lúpus produzem e definimos mediadores específicos que podem corrigir esse desequilíbrio para amortecer a resposta autoimune patológica”, disse o Dr. Deepak Rao, também coautor do estudo e professor de Medicina na Escola Médica de Harvard e reumatologista no Brigham and Women’s Hospital.

Em um estudo publicado na revista científica Nature, os cientistas relataram uma nova via que impulsiona a doença no lúpus. Há alterações associadas à doença em várias moléculas no sangue de pacientes com lúpus. Em última análise, essas alterações levam à ativação insuficiente de uma via controlada pelo receptor aril-hidrocarboneto (AhR), que regula a resposta das células a poluentes ambientais, bactérias ou metabólitos, uma substância criada quando o corpo decompõe alimentos, medicamentos, produtos químicos ou seu próprio tecido. A ativação insuficiente do AhR resulta em muitas células imunológicas que promovem a produção de autoanticorpos causadores de doenças.

Para mostrar que essa descoberta pode ser aproveitada para tratamentos, os pesquisadores retornaram as moléculas ativadoras do AhR a amostras de sangue de pacientes com lúpus. Isso pareceu reprogramar essas células causadoras de lúpus em um tipo de célula que pode promover a cicatrização de feridas causadas por essa doença autoimune.

“Descobrimos que se ativarmos a via AhR com ativadores de moléculas pequenas ou limitarmos o interferon patologicamente excessivo no sangue, podemos reduzir o número dessas células causadoras de doenças”, disse o Dr. Jaehyuk Choi. “Se esses efeitos forem duráveis, isso pode ser uma cura potencial.”

Agora, os cientistas querem expandir seus esforços para desenvolver novos tratamentos para pacientes com lúpus e estão trabalhando para encontrar maneiras de fornecer essas moléculas de forma segura e eficaz às pessoas.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Northwestern (em inglês).

Acesse mais informações sobre o lúpus eritematoso sistêmico na página da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Fonte: Marla Paul, Universidade Northwestern. Imagem: irritação cutânea em forma de borboleta típica do lúpus. Fonte: Wikimedia Commons.

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