Notícia
Cientistas descobrem nova pista sobre como e por que as células cancerígenas se espalham
Pesquisa internacional descobre potencial novo alvo de droga que poderia parar metástases responsáveis por 90% das mortes por câncer
Faculdade de Medicina e Odontologia da Universidade de Alberta
Fonte
Universidade de Alberta
Data
sábado, 10 dezembro 2022 12:30
Áreas
Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Farmacologia. Hematologia. Medicina de Precisão. Oncologia. Patologia. Química Medicinal. Saúde Pública.
Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu um novo mecanismo que permite que as células cancerígenas se movam por todo o corpo, fornecendo um novo alvo potencial para interromper a metástase, responsável por 90% das mortes por câncer.
No estudo publicado na revista científica Nature, a equipe identificou que as células cancerígenas se movem mais rapidamente quando estão cercadas por fluidos mais espessos, uma alteração que ocorre quando a drenagem linfática é comprometida por um tumor primário.
“Esta é realmente a primeira vez que a viscosidade do fluido extracelular foi analisada em detalhes”, disse o Dr. John D. Lewis, professor de Oncologia Translacional na Faculdade de Medicina e Odontologia da Universidade de Alberta, no Canadá.
“Agora que sabemos que a viscosidade do fluido sinaliza as células cancerígenas para se moverem de uma maneira específica, podemos potencialmente usar drogas para basicamente causar um ‘curto-circuito’ nessa via de sinalização e fazer com que as células cancerígenas desacelerem ou até mesmo parem”.
Imagens de células cancerígenas
O laboratório do professor Lewis foi convidado a participar do projeto liderado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, por causa de sua experiência em imagens de células cancerígenas humanas em movimento em tempo real usando a membrana corioalantoide semelhante à placenta de ovos de galinha fertilizados.
“É basicamente uma membrana transparente e altamente vascularizada na qual podemos colocar células cancerígenas humanas”, explicou o Dr. John Lewis, que também é membro do Cancer Research Institute of Northern Alberta. “Por ser plano, podemos visualizá-lo em um microscópio e obter imagens de lapso de tempo de células individuais à medida que migram, se movem e respondem às mudanças”.
“Eu diria que somos os líderes mundiais nesse tipo de imagem”, disse o professor Lewis. “Nossa contribuição para o trabalho foi mostrar com muita precisão que as células cancerígenas mudam sua expressão gênica quando encontram um aumento da viscosidade no fluido circundante e se tornam mais agressivas. E mesmo quando você diminui a viscosidade, essas células permanecem mais agressivas. Depois, mostramos que, quando essa via de sinalização é perturbada nas células cancerígenas, ela altera sua capacidade de escapar da corrente sanguínea e metastatizar”, continuou o pesquisador.
Este é o terceiro artigo publicado pela equipe de pesquisa internacional. o Dr. John Lewis destaca o trabalho do Dr. Konstantin Stoletov, pesquisador associado sênior, pela maior parte do trabalho de sua equipe. Ele advertiu que, uma vez identificado um novo alvo terapêutico, pode levar de 10 a 15 anos para desenvolver e testar um medicamento.
“Mas isso está nos ajudando a construir nossa compreensão sobre como as células cancerígenas se movem e aumenta nossa chance de sucesso com toda essa abordagem”, explicou o pesquisador.
O professor John Lewis também é fundador e CEO da Entos Pharmaceuticals, que está desenvolvendo uma vacina para a COVID-19 que poderá ser armazenada em uma geladeira comum, facilitando a distribuição em países de baixa e média renda.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Alberta (em inglês).
Fonte: Gillian Rutherford, Universidade de Alberta. Imagem: O pesquisador de oncologia Dr. John Lewis e sua equipe contribuíram com a experiência líder mundial em imagens de células cancerígenas para um estudo internacional que lança uma nova luz sobre como o câncer é capaz de se espalhar por todo o corpo. Fonte: Faculdade de Medicina e Odontologia da Universidade de Alberta.
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