Notícia
Descoberta abre caminhos para novos tratamentos contra o câncer
Cientistas descobriram como alguns medicamentos contra o câncer podem atingir a doença enquanto poupam tecidos saudáveis
Divulgação, Universidade de Dundee
Fonte
Universidade de Dundee
Data
quarta-feira, 13 dezembro 2023 14:30
Áreas
Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Farmacologia. Imunologia. Medicina de Precisão. Microbiologia. Oncologia. Patologia. Química Medicinal. Saúde Pública.
Uma nova pesquisa abre caminho para a descoberta de tratamentos novos e mais eficazes para eliminar o câncer com menos efeitos colaterais para os pacientes.
Os tratamentos contra o câncer, como a quimioterapia, podem ser difíceis para os pacientes, pois o tratamento geralmente afeta todas as células, não apenas as células cancerígenas, e pode fazer com que algumas pessoas se sintam mal.
Agora, com o financiamento da Cancer Research UK, uma equipe da Faculdade de Medicina da Universidade de Dundee, no Reino Unido, acredita que as suas descobertas explicam como uma classe de medicamentos anticancerígenos é capaz de atingir eficazmente as células cancerígenas, deixando as células saudáveis relativamente intocadas. A pesquisa, publicada em dois artigos na revista científica Molecular Cell, concentrou-se em tratamentos de câncer estabelecidos, conhecidos como inibidores de CDK4/6, que atuam impedindo a replicação das células cancerígenas e impedindo-as de produzir mais células cancerígenas.
Os cientistas demonstraram a eficácia dos inibidores de CDK4/6 no tratamento do câncer da mama: estes medicamentos têm sido utilizados há uma década para tratar pacientes com câncer da mama metastático. No entanto, não estava claro exatamente como essas drogas eram especificamente capazes de atingir as células cancerígenas.
Em testes de laboratório, a equipe de Dundee descobriu que os inibidores de CDK4/6 impedem a divisão das células cancerígenas e das células saudáveis, mas as células cancerígenas continuaram especificamente a crescer em tamanho. No final, estas células cancerígenas tornaram-se tão grandes que não conseguem funcionar e param permanentemente de se replicar.
A equipe estabeleceu que as células continuaram a crescer por causa dos oncogenes, que são os genes defeituosos que causam o câncer inicial.
O Dr. Adrian Saurin, autor sênior do estudo, explicou: “A resposta foi bastante simples no final. Os oncogenes fazem com que as células cancerosas cresçam e se dividam incontrolavelmente, por isso, quando você interrompe sua divisão com inibidores de CDK4/6, elas são programadas para crescer excessivamente. Esse crescimento excessivo logo se torna tóxico para as células cancerígenas. A descoberta realmente interessante é que estes medicamentos podem transformar oncogenes contra as células cancerígenas. Isso poderia explicar por que eles produzem efeitos tóxicos nas células cancerígenas, em vez de nas células saudáveis”.
Uma segunda equipe, envolvendo pesquisadores da Universidade de Dundee e do Laboratório de Ciências Médicas do Imperial College de Londres, procurou descobrir por que as células cancerígenas pararam de se dividir permanentemente quando se tornaram muito grandes. Eles descobriram que ser muito grande desencadeia estresse químico que impede a replicação dessas células enormes.
O Dr. Tony Ly, professor da Faculdade de Medicina de Dundee, acrescentou: “Uma descoberta surpreendente foi que estes inibidores de CDK4/6 fizeram com que as células cancerígenas se tornassem muito maiores do que deveriam. Mostramos que ser muito grande produz uma resposta ao estresse celular, fazendo com que as células entrem em senescência, um tipo protetor de dormência que impede que as células cancerígenas se dividam ainda mais”.
Os pesquisadores de Dundee esperam que este trabalho permita a identificação de outros tratamentos que também visem esses processos. Este segundo estudo foi financiado pelo Cancer Research UK, pelo Wellcome Trust e pela Royal Society.
Embora o estudo tenha analisado especificamente um medicamento utilizado para tratar o câncer da mama metastático, os resultados poderão apoiar a investigação sobre uma ampla variedade de cânceres e abrir o caminho para tratamentos mais suaves e eficazes.
A Dra. Catherine Elliott, Diretora de Pesquisa do Cancer Research UK, destacou: “Nossos cientistas lançaram as bases para o desenvolvimento de inibidores de CDK4/6 há mais de 30 anos e essas novas descobertas sobre o trabalho desses medicamentos podem fazer com que as gerações futuras tenham resultados muito melhores do que nas décadas anteriores. Esse tipo de descoberta é a base da pesquisa sobre o câncer. A investigação inovadora em longo prazo que procura novas abordagens para o tratamento do câncer é a chave para um futuro melhor para os pacientes com câncer”.
Acesse o primeiro artigo científico completo (em inglês).
Acesse o segundo artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Dundee (em inglês).
Fonte: Jonathan Watson, Universidade de Dundee. Imagem: Divulgação, Universidade de Dundee.
Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar