Notícia

Descoberta possibilita avanço importante no diagnóstico da Esclerose Múltipla

Descoberta resulta de cerca de 15 anos de pesquisa na área de biomarcadores na Universidade de Coimbra

Luka Senica via Unsplash

Fonte

Universidade de Coimbra

Data

segunda-feira, 11 abril 2022 11:25

Áreas

Biologia. Biomarcadores. Biomedicina. Bioquímica. Diagnóstico. Microbiologia. Neurociências. Saúde Pública.

Um estudo liderado pelo Dr. Carlos Duarte, pesquisador do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra, em Portugal, mostrou que é possível classificar um doente com Esclerose Múltipla (EM) com 80% de certeza, avaliando um conjunto de oito proteínas específicas.

A descoberta resulta de cerca de 15 anos de pesquisa na área dos biomarcadores (indicadores de determinadas patologias), e só foi possível devido a uma estreita colaboração entre o CNC, o Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), o departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e o laboratório de Neurobiologia Molecular do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto.

A Esclerose Múltipla, uma doença inflamatória e degenerativa que afeta o sistema nervoso central (SNC), é difícil de diagnosticar, devido à diversidade de sintomas, semelhança com outras doenças inflamatórias do SNC e ausência de indicadores específicos para a doença, ou seja, de um método de diagnóstico específico. Cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de Esclerose Múltipla.

Neste estudo, foram utilizadas amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR) de pacientes com Esclerose Múltipla e de pacientes com outras doenças inflamatórias do sistema nervoso central. O LCR é um líquido presente entre o crânio e o cérebro e também na medula espinhal, que atua como um amortecedor, servindo de proteção. Além disso, contém um grande número de moléculas produzidas, libertadas e processadas a partir do SNC, o que faz deste líquido uma janela única para o estudo de doenças do sistema nervoso.

Numa primeira fase da investigação, recorrendo a estas amostras biológicas, em contexto laboratorial, “foi identificado um grupo de proteínas que permitiu distinguir corretamente 80-90% das amostras de doentes com Esclerose Múltipla. Posteriormente, após uma análise estatística exaustiva, oito proteínas obtiveram lugar de destaque, uma vez que, quando avaliadas em conjunto, permitiram classificar e categorizar com 80% de confiança os doentes com Esclerose Múltipla. Estas oito proteínas definem agora um novo painel de biomarcadores para a Esclerose Múltipla”, explicaram o Dr. Carlos Duarte, coordenador do estudo e professor catedrático da FCTUC, e o Dr. Ivan Salazar, primeiro autor do estudo e investigador do CNC da Universidade de Coimbra.

Os resultados, publicados na revista científica Journal of Neuroinflammation, “constituem um avanço significativo para o desenvolvimento de novas estratégias de diagnóstico, ou prognóstico, para a Esclerose Múltipla. Além do mais, contribuem também para a avaliação de novas estratégias terapêuticas para esta doença”, concluíram os pesquisadores.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Coimbra.

Fonte: Carolina Caetano e Cristina Pinto, Universidade de Coimbra. Imagem: Luka Senica via Unsplash.

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