Destaque

Tratamento hormonal do câncer de mama reduz o risco de recorrência em longo prazo

Fonte

Instituto Karolinska

Data

quinta-feira. 4 agosto 2022 07:10

Para investigar o benefício de longo prazo do tratamento hormonal, pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, fizeram um acompanhamento de 20 anos de mulheres na pré-menopausa com câncer de mama. O estudo clínico controlado e randomizado, cujos resultados foram publicados na revista científica Journal of Clinical Oncology, indicou que o tratamento oferece proteção mesmo após um longo período de tempo e que diferentes pacientes parecem se beneficiar de diferentes tratamentos hormonais.

Os tratamentos hormonais, também chamados de tratamentos endócrinos, têm sido usados ​​há muito tempo após a cirurgia de tumor para reduzir o risco de disseminação das células do câncer de mama, mas não está claro por quanto tempo o tratamento oferece proteção. Muitos cânceres têm um risco de recorrência em curto prazo, geralmente dentro de alguns anos. No entanto, para pacientes com câncer de mama causado por hormônios, o risco de recorrência geralmente se estende por várias décadas.

Cerca de 80% de todas as pessoas diagnosticadas com câncer de mama têm câncer de mama positivo para receptores de estrogênio, o que significa que o estrogênio estimula as células a se dividirem para que o tumor cresça. Como muitas mulheres são diagnosticadas com câncer de mama em uma idade relativamente jovem, é muito importante conhecer a eficácia do tratamento em longo prazo.

Redução do risco de doença metastática

Com base no estudo clínico anterior (STO-5), que foi realizado entre 1990 e 1997, pesquisadores do Instituto Karolinska investigaram então o benefício do tratamento hormonal em longo prazo em 584 mulheres na pré-menopausa com câncer de mama positivo para receptor de estrogênio acionado por hormônio. O estudo também inclui um grupo controle que não recebeu nenhum tratamento hormonal.

“Podemos ver que, após 20 anos, o risco de desenvolver doença metastática, ou seja, [o câncer] se espalhar para outros órgãos, diminuiu entre as mulheres que receberam tratamento hormonal com os medicamentos tamoxifeno ou goserelina ou uma combinação de ambos, em comparação com aquelas que não receberam qualquer  tratamento hormonal”, disse a Dra. Annelie Johansson, primeira autora do estudo e pós-doutoranda do Departamento de Oncologia-Patologia do Instituto Karolinska.

Possível prever riscos futuros

Nos últimos anos, os pesquisadores também analisaram os tumores dos pacientes do estudo STO-5 anterior usando tecnologia moderna. Por exemplo, eles investigaram vários marcadores de câncer de mama, como o receptor de estrogênio e o receptor de progesterona, bem como a expressão gênica do tumor usando uma assinatura de risco gênico.

A assinatura mede a atividade de 70 genes diferentes, que são calculados em pontos de risco. Isso permite prever o desenvolvimento futuro das células tumorais em um estágio inicial e, assim, categorizar os pacientes em baixo e alto risco genômico, respectivamente.

“Os tumores em pacientes com alto risco genômico geralmente têm uma maior taxa de crescimento do câncer. Portanto, esses pacientes têm um risco mais precoce de recaída, [e então] é necessário um tratamento mais agressivo, como com a goserelina, que reduz de forma rápida e eficaz os níveis de estrogênio. Os pacientes que têm uma doença menos agressiva podem, por outro lado, ter um risco de recorrência em longo prazo. Nesses casos, o tamoxifeno parece oferecer uma proteção melhor”, disse a Dra. Annelie Johansson.

Embora o estudo tenha sido relativamente pequeno, pôde destacar a importância de tratamentos individualizados contra o câncer de mama causado por hormônios. Para alguns pacientes, um tratamento mais agressivo pode ser necessário para a sobrevivência, enquanto um tratamento mais brando pode ser suficiente para outros, reduzindo os efeitos colaterais e proporcionando uma melhor qualidade de vida. No entanto, mais estudos são necessários antes que grandes mudanças nas recomendações de tratamento possam ser implementadas.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Karolinska (em inglês).

Fonte: Anne Hammarskjöld, Instituto Karolinska.

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