Notícia

Em carta, pesquisadores defendem vigilância mundial contra arboviroses

Proposta é que seja usado modelo implementado para coronavírus

Kmaluhia via Wikimedia Commons

Fonte

Agência Brasil

Data

terça-feira, 8 agosto 2023 12:25

Áreas

Biologia. Doenças Infecciosas. Microbiologia. Parasitologia. Políticas Públicas. Saúde Pública. Vigilância Sanitária. Virologia.

Preocupados com a possibilidade de aumento de casos de arboviroses como dengue, zika e chikungunya no próximo verão, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e de instituições de outros 53 países assinaram uma carta em que defendem a necessidade de implantar uma vigilância genômica mundial para esses vírus endêmicos de alto impacto.

A proposta do grupo é que sejam utilizados o modelo e a infraestrutura de monitoramento implementados para o coronavírus, causador da pandemia de COVID-19.

Segundo o Dr. Felipe Naveca, pesquisador da Fiocruz Amazônia e um dos autores do estudo, o Brasil é um dos países com o maior número de casos de dengue, seguido por nações asiáticas. Por isso, os vírus da dengue, Zika e chikungunya deveriam ser os primeiros a ter o monitoramento reforçado. Ele acredita que desta forma os pesquisadores estarão mais bem preparados para adotar medidas de combate quando acontecer a reintrodução ou chegada de uma nova linhagem desses vírus.

“Este ano nós temos o fenômeno do El Niño previsto, então a gente pode esperar aumento de casos de arboviroses para o início do ano que vem, lembrando que as arboviroses precisam da transmissão do vetor, para manter um ciclo epidêmico, então a gente tem possibilidade de no ano que vem ter um aumento de casos, por conta também dessas variações climáticas que estão acontecendo. Então, além do vírus em si, a gente ainda tem esses fatores ambientais que podem aumentar os casos, uma vez que precisa ter o vetor presente. São ferramentas para nos dar o alerta para estar melhor preparado”, disse o pesquisador.

A carta, assinada por 74 pesquisadores, foi publicada na edição desta semana da revista científica The Lancet Global Health.

No documento, os pesquisadores abordaram a qualidade dos dados genômicos disponibilizados atualmente sobre os arbovírus e a falta de agilidade com que essas informações chegam aos cientistas e gestores da saúde. Também ressaltaram que é necessário utilizar plataformas de compartilhamento de dados para permitir análises rápidas e oportunas de novos surtos.

Acesse a carta completa (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Agência Brasil.

Fonte: Cristiane Ribeiro, com edição de Vitória Elizabeth e Sumaia Villela, Agência Brasil. Imagem: Aedes aegypti. Fonte: Kmaluhia via Wikimedia Commons.

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