Notícia
Em parceria com Harvard, professor da UFSC chega a resultados inéditos em estudos sobre células-tronco
Pesquisas trabalham com a biologia de sistemas, usando softwares como forma de estudar e descrever o comportamento celular, mas também com abordagem experimental
Doodlart via Pixabay
Fonte
UFSC | Universidade Federal de Santa Catarina
Data
segunda-feira, 27 fevereiro 2023 06:20
Áreas
Bioinformática. Biologia. Biotecnologia. Cardiologia. Células-tronco. Medicina de Precisão. Microbiologia. Modelagem Matemática. Oncologia. Saúde Pública.
Células-tronco são capazes de se diferenciar e se transformar em outras células e, por isso, há décadas são estudadas como uma das revoluções da Ciência e da Medicina. Do câncer a doenças cardíacas, passando pelo Alzheimer, elas são também objetos de investigação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde o Dr. Edroaldo Lummertz da Rocha, professor do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, publicou, somente no último ano, três estudos com resultados inéditos em revistas de alto impacto do grupo Nature e na revista científica Cell Stem Cell.
As pesquisas trabalham com a biologia de sistemas, usando softwares como forma de estudar e descrever o comportamento celular, mas também com abordagem experimental. Os mecanismos são pesquisados em organismos vivos como camundongos e também no peixe-zebra. “Em conjunto, estes estudos destacam a importância da biologia computacional para compreender o funcionamento das nossas células e como utilizar esse conhecimento para criar células-tronco hematopoiéticas em laboratório a partir de células-tronco pluripotentes, as quais possuem a capacidade de produzir praticamente qualquer célula do nosso organismo”.
As células-tronco hematopoiéticas podem se transformar em células sanguíneas e em células do sistema imune, o que possibilita que sejam utilizadas em diferentes terapias. Os estudos vão da ciência básica à aplicada, ou seja, procuram entender e descrever o funcionamento de um determinado aspecto celular para, com essas descobertas, propor inovações que possam ser aplicadas em tratamentos.
No caso das pesquisas do professor Edroaldo Rocha, realizadas em um longo histórico de colaboração com a Universidade Harvard, nos Estados Unidos, a biologia de sistemas tem protagonismo e resultou em um software capaz de fazer cálculos e prever com fidedignidade como as células se comunicam nos tecidos.
“Utilizando um algoritmo, denominado CellComm, nós descobrimos novos processos biológicos envolvidos na formação de células sanguíneas”, explicou o professor. Por essa descoberta, o professor Rocha descreveu o comportamento de uma proteína, chamada APP, que é tipicamente envolvida em processos neurodegenerativos, mas que, para a surpresa dos pesquisadores, também está envolvida na formação das células-tronco e progenitoras sanguíneas que precedem as células-tronco que residem na medula óssea.
Esta mesma proteína, quando inibida em animais de laboratório, aumenta substancialmente a produção das células-tronco hematopoiéticas, o que pode levar ao desenvolvimento de novas terapias celulares. Esse processo também poderia acelerar e facilitar a produção de células-tronco em laboratório, o que de algum modo também pode impactar em processos terapêuticos.
“Tal feito poderá, caso um dia funcione de forma robusta, reduzir a necessidade de doadores de medula óssea, pois as células-tronco e progenitoras poderiam ser geradas em laboratório a partir das células do próprio paciente por meio da reprogramação celular”, explicou o pesquisador.
Acesse o resumo do artigo publicado na revista Nature Cell Biology (em inglês).
Acesse o resumo do artigo publicado na revista Nature (em inglês).
Acesse o resumo do artigo publicado na revista Cell Stem Cell (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Santa Catarina.
Fonte: Amanda Miranda, Agecom/UFSC. Imagem: Doodlart via Pixabay.
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