Notícia

Enzima pode ter papel importante na proteção contra a ansiedade

Estudo de pesquisadoras de Portugal concluiu que a enzima Tet3 pode ser usada como alvo terapêutico para tratar a ansiedade

Divulgação, FMUP

Fonte

Universidade do Porto

Data

terça-feira, 23 junho 2020 08:15

Áreas

Neurociências.

Um estudo coordenado pela Dra. Joana Marques, pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), em Portugal, é o primeiro a mostrar que uma simples enzima, chamada Tet3, pode ter um papel protetor importante contra a ansiedade.

O estudo, publicado na revista científica Molecular Psychiatry e desenvolvido em colaboração com a Escola de Medicina da Universidade do Minho, também em Portugal, vem contribuir para uma melhor compreensão da regulação do comportamento. Por outro lado, abre caminho para a utilização da Tet3 como um potencial alvo terapêutico em várias doenças da área psiquiátrica.

A equipe analisou o papel desta enzima nos neurônios de um modelo animal, fazendo com que o gene Tet3 fosse “desligado” no cérebro. Os investigadores descobriram que a ausência da enzima Tet3 está claramente associada a comportamentos de ansiedade.

A falta da enzima Tet3 parece estar igualmente relacionada com níveis mais altos do hormônio corticosterona (equivalente ao cortisol humano), que é um sinal de hiperatividade numa zona do cérebro relacionada com a resposta ao estresse e a regulação das emoções (eixo hipotálamo-hipófise-adrenal).

O artigo científico indica ainda que a supressão desta enzima está ligada a uma pior orientação espacial, embora outras tarefas relacionadas com processos de aprendizagem e com a memória para reconhecimento de objetos pareçam não ser afetadas.

A Tet3 é uma das enzimas da família TET, implicada no processo de metilação do DNA nas células e na maquinaria epigenética que condiciona a expressão dos genes e consequentemente a identidade e atividade celular.

A descoberta desta equipe de pesquisadores, que conta também com investigadores da Universidade do Minho – incluindo a primeira autora Dra. Cláudia Antunes, e cientistas do Babraham Institute (Cambridge, Reino Unido) e da Universidade Queen Mary de Londres, no Reino Unido, pode conduzir, no futuro, ao desenvolvimento de novos tratamentos para as perturbações do espetro da ansiedade. Para tal, são ainda necessários mais estudos que esclareçam o papel de outras enzimas da mesma família.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade do Porto.

Fonte: Olga Magalhães e Daniel Dias, FMUP. Imagem: Divulgação, FMUP.

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