Notícia

Estatinas podem prevenir o câncer de fígado

Fonte

Instituto Karolinska

Data

segunda-feira, 26 agosto 2019 12:55

Áreas

Hepatologia. Farmacologia. Oncologia.

A hepatite viral crônica (hepatites B e C) são condições graves com risco aumentado de câncer de fígado. Atualmente, é possível tratar a hepatite B e curar a hepatite C, mas não existe tratamento que possa prevenir o câncer de fígado em pessoas cujo fígado foi danificado pela hepatite.

Nos últimos anos, os pesquisadores começaram a investigar se as estatinas, que reduzem os níveis de colesterol e são usadas principalmente para prevenir doenças cardiovasculares, também poderiam prevenir o câncer de fígado. As estatinas podem ser lipossolúveis (lipofílicas) ou solúveis em água (hidrofílicas), mas o papel que essa diferença desempenha para prevenir o câncer em potencial não estava claro.

Estudo conduzido por pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, em parceria com o Hospital Geral de Massachusetts e a Escola Médica de Harvard, nos Estados Unidos, além de outras instituições de pesquisa na Suécia, concluiu que as estatinas lipossolúveis podem prevenir o câncer de fígado e reduzir a mortalidade em pacientes com hepatite viral crônica. O estudo foi publicado na revista científica Annals of Internal Medicine. No estudo, foram identificados mais de 63.000 pacientes com hepatite B e C crônicas. Entre estes, 8.334 pacientes usavam estatinas, dos quais 6.554 usavam estatinas lipossolúveis (por exemplo, atorvastatina, sinvastatina, fluvastatina e lovastatina) e 1.780 usavam estatinas solúveis em água (por exemplo, pravastatina e rosuvastatina).

Resultados confirmam pesquisa anterior

Durante um período de acompanhamento de 10 anos, o câncer de fígado se desenvolveu em 3,3% dos pacientes com estatinas lipossolúveis em comparação com 8,1% dos pacientes sem estatinas. Depois que outros fatores foram levados em consideração, isso correspondeu a um risco 44% menor de câncer de fígado. Pacientes que faziam uso de estatinas lipossolúveis também apresentaram uma menor taxa de mortalidade após dez anos do que pacientes que nunca usaram estatinas.

“Pesquisas anteriores indicaram que as estatinas podem desempenhar um papel na prevenção do câncer de fígado. Agora, confirmamos isso e mostramos que são as estatinas lipossolúveis que produzem o maior efeito”, diz o Dr. Jonas F. Ludvigsson, professor do Departamento de Epidemiologia Médica e Bioestatística do Instituto Karolinska.

Os pacientes que usaram estatinas solúveis em água também tiveram uma menor taxa de mortalidade, mas não tiveram uma incidência reduzida de câncer de fígado. Além disso, as estatinas lipossolúveis tiveram um efeito maior na mortalidade do que as estatinas hidrossolúveis. Agora, o grupo de pesquisa estudará se as estatinas lipossolúveis podem afetar o risco de câncer de fígado e a mortalidade em conjunto com outros tipos de doença hepática.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Karolinska (em inglês).

Fonte: Instituto Karolinska. Imagem: Freepik.

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