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Estudo aponta novo mecanismo de ação prolongada de antibiótico com ação no intestino
Mecanismo de “aderência” do antibiótico contribui para o sucesso do tratamento
Pixabay
Pesquisadores descobriram como um antibiótico usado para tratar uma infecção intestinal debilitante permanece dentro do corpo, dando tempo para tratar efetivamente o problema. A descoberta poderá abrir caminho para o desenvolvimento de tratamentos antibióticos mais eficazes para combater as superbactérias.
A colite pseudomembranosa é uma inflamação debilitante do cólon causada por infecção pelo micróbio Clostridium difficile (e às vezes Staphylococcus aureus). O antibiótico contendo açúcar ou carboidrato conhecido como vancomicina é administrado por via oral para matar o micróbio infectante.
Para ser eficaz, a vancomicina precisa permanecer no trato gastrointestinal (intestino) próximo ao local necessário e não ser diluída ou perdida pelo revestimento do intestino e na corrente sanguínea. Uma equipe multidisciplinar de cientistas das Universidades de Nottingham e Leeds, no Reino Unido, mostrou que um mecanismo de ‘aderência’ é exatamente o que acontece.
Formando uma barreira formidável
A pesquisa, publicada na revista científica Scientific Reports, mostra que as moléculas de proteínas e carboidratos do intestino chamadas mucinas fornecem uma barreira significativa, ajudando a impedir que a droga “escape” usando um mecanismo único de formação de grandes complexos ou aglomerados moleculares. O antibiótico e as mucinas se unem para formar um complexo mucoadesivo, provavelmente aprisionando o antibiótico em grandes complexos. É a vancomicina “aprisionada” que os cientistas acreditam que pode levar ao trânsito atrasado do antibiótico, levando à exposição prolongada do antibiótico sobre o agente infeccioso C. difficile.
“A vancomicina é um antibiótico ‘de última linha’ no arsenal de terapias para combater vários patógenos importantes, incluindo MRSA [S. aureus resistentes à meticilina], pneumonia e C. difficile. O efeito do aglomerado com mucinas intestinais revelado em nosso estudo não apenas fornece novas informações sobre o que pode acontecer quando o antibiótico é administrado por via oral, mas também pode fornecer novas informações sobre seu comportamento quando infundido em pacientes que sofrem de outras infecções com risco de vida”, explicou a Dra. Mary Phillips-Jones, professora de Polímeros e Biofísica Microbiana da Universidade de Nottingham, que liderou a pesquisa.
Os resultados também se encaixam com outros estudos que mostram que a vancomicina oral produz altos níveis de resistência à vancomicina entre algumas bactérias intestinais, contribuindo para a geração de resistência antimicrobiana (uma preocupação séria); o fenômeno de aglomeração/ complexação pode, portanto, fornecer a primeira explicação de um mecanismo pelo qual essa geração de bactérias intestinais ocorre. Mas os benefícios de tomar vancomicina oral no momento certo e, quando apropriado, ainda superam qualquer ocorrência de resistência antimicrobiana, e o estudo destaca que é aconselhável tomar vancomicina quando o seu médico aconselhar que é adequado fazê-lo.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Nottingham (em inglês).
Fonte: Jane Icke, Universidade de Nottingham. Imagem: Pixabay.
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