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Estudo avalia efeito protetor do hormônio estrogênio contra infecção pelo novo coronavírus

Pesquisadores da Unifesp e da Santa Casa de SP também investigam ação de fármacos que inibem autofagia celular

Divulgação, UNIFESP

Fonte

UNIFESP | Universidade Federal de São Paulo

Data

sexta-feira, 8 maio 2020 15:30

Áreas

Bioquímica. Doenças Infecciosas. Imunologia. Saúde Pública.

Por que o coronavírus afeta mais o gênero masculino? De que forma piora a saúde global de um paciente com COVID-19? Essas são algumas das perguntas que movem hoje o Dr. Rodrigo Ureshino, professor do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Universidade Federal de São Paulo (ICAQF/UNIFESP) e integrante do Laboratório de Endocrinologia Molecular e Translacional. Junto a um grupo de pesquisadores dos campi Diadema, São Paulo e Baixada Santista, e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), o docente se envolveu no projeto “Avaliação de Compostos com Potencial Terapêutico para SARS-CoV-2: Enfoque em Compostos com Atividade Estrogênica, Moduladores da Autofagia e CAa2”.

O estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), se desenvolverá em duas linhas principais. Em uma delas, os pesquisadores partem do pressuposto que o gênero feminino está mais protegido contra o coronavírus devido ao estrogênio – designação genérica dos hormônios cuja ação está relacionada com o controle da ovulação e com o desenvolvimento de características femininas (como o estradiol).

“Sempre atuei no estudo de doenças neurodegenerativas, incluindo a neuroproteção estrogênica. Essa relação existe desde que surgiram estudos associando a falta de estrógenos à Doença de Alzheimer. A partir das evidências que apontam taxas de agravamento da doença e de mortalidade pela COVID-19 mais altas para o sexo masculino, buscamos a correlação entre o estrogênio e uma maior proteção das mulheres em relação à doença”, explica o especialista. Os pesquisadores investigarão a expressão da enzima conversora da angiotensina (ECA2), que age como receptora do vírus para a infecção, e cuja atividade pode ser modulada pelo estrogênio.

A outra frente de pesquisa vai avaliar a ação da hidroxicloroquina, fármaco utilizado no tratamento da malária, lúpus e artrite reumatoide, na modulação da autofagia em células humanas. De maneira simplificada, o coronavírus se utiliza da autofagia celular para espalhar seu material genético na célula. E a hidroxicloroquina barra a multiplicação do vírus justamente inibindo a autofagia. A grande questão, nesse momento, é entender como a principal ferramenta desse medicamento para frear o coronavírus pode, por outro lado, ser prejudicial às mesmas células.

De acordo com o Dr. Rodrigo Ureshino, a autofagia é um processo que garante a sobrevivência das células, e o estudo vem para entender melhor como isso ocorre. “Por meio desse processo, a célula degrada partes e componentes considerados ‘danosos’, assim como patógenos. Talvez, modulando a autofagia (associando esse fármaco a outros), encontremos algum benefício no uso dele”, complementa.

O docente conta que os testes serão feitos em células de linhagem humanas, em um Laboratório de Biossegurança Máxima (NB3) da universidade, coordenado pelo professor Dr. Mario Janini, a partir de uma biblioteca de compostos com atividade estrogênica. “O vírus será cultivado em linhagens celulares que possam suportar a replicação viral, dentre elas células epiteliais brônquicas humanas (BEAS) e células epiteliais alveolares encontradas no tecido pulmonar (A549)”, concluiu o Dr. Ureshino.

Acesse a notícia na página da UNIFESP.

Fonte: Valquíria Carnaúba, UNIFESP. Imagem: Divulgação, UNIFESP.

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