Notícia

Estudo comprova efeito anti-hipertensivo do óleo essencial do gengibre amargo

Pesquisadores avaliaram a atividade biológica do óleo essencial – e seu composto majoritário sesquiterpeno – sobre a função vascular, renal e metabólica em linhagem de ratos Wistar

Érico Xavier, FAPEAM

Fonte

FAPEAM | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas

Data

quarta-feira, 11 março 2020 10:25

Áreas

Farmacologia. Farmacognosia. Fitoterapia.

Um estudo experimental com animais em laboratório demostrou que uma substância isolada do óleo essencial do gengibre amargo, planta de origem asiática, mas adaptada à região norte do Brasil, tem efeito anti-hipertensivo, ou seja, é capaz de reduzir a pressão arterial. A nova fase do estudo investiga se tal substância tem capacidade de reverter os danos causados pela hipertensão em órgãos alvos da doença como o coração, os vasos sanguíneos e os rins.

Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), os pesquisadores avaliaram a atividade biológica do óleo essencial – e seu composto majoritário sesquiterpeno – sobre a função vascular, renal e metabólica em linhagem de ratos Wistar.

O projeto “Avaliação da atividade biológica de Zingiber Zerumbet (L.) Smith sobre o sistema cardiovascular e renal em ratos normotensos e hipertensos” foi desenvolvido no Laboratório de Farmacologia Experimental do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

O processo de extração, purificação, isolamento e caracterização química do produto vegetal foi realizado em parceria com o Laboratório de Bioprospecção de Produtos Naturais do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) sob orientação do professor Dr. Carlos Cleomir de Souza Pinheiro, com a colaboração da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UFAM (FCF-UFAM), Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto (SP) (FCFRP-USP), Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (FF-UFG) e Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz-Amazônia).

Gengibre amargo

De acordo o Dr. José Wilson do Nascimento Corrêa, coordenador do projeto, as doses testadas revelaram que o óleo essencial obtido dos rizomas (raízes) do gengibre amargo apresentaram efeito anti-hipertensivo com significativa redução da pressão arterial de animas hipertensos sem modificar a pressão arterial de ratos normotensos (pressão arterial normal) logo nos três primeiros dias de tratamento. Os estudos foram capazes de isolar o composto majoritário presente no óleo e, a partir daí, explicar como o efeito de redução da pressão arterial acontece.

Os experimentos in vitro e in vivo demonstraram que o sesquiterpeno isolado, presente no óleo essencial, possui capacidade vasodilatadora sobre as aortas de ratos, ou seja, o efeito dessa substância parece estar associado à capacidade do composto em promover a dilatação dos vasos sanguíneos, isto é, aumenta o diâmetro do vaso, reduzindo a tensão provocada pela hipertensão na parede das artérias.

Os resultados promissores do experimento podem vir a favorecer, futuramente, a utilização dessa substância por pacientes que sofram de doença cardiovascular, talvez como estratégia adicional para o tratamento da pressão arterial.

“Cabe aos pesquisadores analisar a toxidade da substância, a ocorrência de possíveis efeitos adversos sobre o organismo e definir a dose ideal a ser utilizada em um possível medicamento para o tratamento em humanos”, disse o Dr. José Corrêa.

Metodologia

Para avaliar a atividade biológica, in vivo, ratos Wistar machos foram divididos em dois grandes grupos: hipertensos e controle (pressão normal). O grupo hipertenso foi submetido a um procedimento cirúrgico para indução da hipertensão arterial e o grupo controle passou por procedimento semelhante, exceto uma etapa e, portanto não desenvolveu hipertensão.  Os animais hipertensos e controle foram subdivididos em outros dois grupos, totalizando quatro grupos experimentais.

Conjuntamente, os subgrupos de animais hipertensos foram tratados durante 21 dias, por via oral, com óleo essencial do gengibre amargo ou veículo (solução utilizada para diluir o óleo). Ratos do grupo controle (normotensos) não apresentaram alteração em sua pressão arterial, seja com o tratamento com veículo ou com o óleo essencial. Entretanto, ratos do grupo hipertenso que receberam apenas o veículo se mantiveram com pressão elevada, acima de 200 mmHg; já os ratos hipertensos que receberam o tratamento com o óleo essencial tiveram sua pressão reduzida ao nível dos ratos com pressão arterial normal (normotensos).

Acesse a notícia completa na página da FAPEAM.

Fonte: Helen de Melo, FAPEAM. Imagem: Érico Xavier, FAPEAM.

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