Notícia

Estudo de plantas da Bacia do Rio Pandeiros mostrou potencial terapêutico

Pesquisadores criaram cartilha para orientar o uso de plantas medicinais da Bacia do Rio Pandeiros

João Medeiros, Wikimedia Commons

Fonte

FAPEMIG | Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Minas Gerais

Data

sábado, 14 setembro 2019 15:20

Áreas

Fitoterapia. Plantas Medicinais.

O uso de plantas para tratar doenças e enfermidades é milenar. A prática é tão importante que em 2006 foi instituído a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Projeto que propõe a ampliação das opções terapêuticas e melhoria da atenção à saúde aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Além de garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos.

Em harmonia com essa iniciativa, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) criaram uma cartilha para orientar o uso de plantas medicinais da Bacia do Rio Pandeiros. A publicação é um dos diversos desdobramentos da pesquisa Potencial terapêutico e farmacológico de espécies de vegetais nativas do Rio Pandeiros. O estudo foi apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), por meio da Chamada – Sustentabilidade do Rio Pandeiros.

Segundo o Dr. Sérgio Henrique Souza Santos, coordenador da pesquisa, o Norte de Minas Gerais, principalmente a área da Bacia do Rio Pandeiros até Montes Claros, possui uma das vegetações mais ricas, porém menos estudadas do Brasil. “Temos na região uma interseção de matas: Atlântica, Cerrado e até Caatinga. Isso associado ao clima quente e seco da região resulta em características únicas dessas plantas”, conta.

Ciente disso, os pesquisadores decidiram identificar, na sabedoria popular, quais plantas eram utilizadas pela população ribeirinha e focaram seus estudos em três espécies: Sambaibinha (Davilla elliptica), Dedaleira (Lafoensia pacari) e Unha-D’anta (Acosmium dasycarpum). “O objetivo era pesquisar se as plantas de fato eram uteis a saúde e quais são as suas reais aplicações – especialmente com foco nas doenças metabólicas”, informa o professor.

O estudo, conduzido pelo pesquisador, mostrou que as ervas realmente podem ajudar no tratamento de doenças, como obesidade e Síndrome Metabólica (casca da Unha d’anta), depressão (Dedaleira), úlceras estomacais (Dedaleira) e, até, mesmo edemas de picadas de cobras (Sambaibinha). Algumas das plantas também possuem propriedades antibacterianas, antioxidantes, anti-inflamatórias, antifúngicas, antivirais, ansiolíticas e analgésicas. Saiba quais outras enfermidades podem ser tratadas pelas plantas, e como, na cartilha produzida pela equipe.

Para o Dr. Silva a publicação é importante pois permite que a comunidade faça o uso correto, com embasamento científico, dessas plantas. “Com a cartilha conseguimos resumir, de forma clara, aquilo que já se sabe cientificamente sobre essas três plantas. Assim a população pode utilizar de forma correta. Sem prejuízos para a saúde”, destaca o pesquisador.

Passo a passo

O estudo contou com vários métodos para chegar a este resultado. “Primeiro coletamos informações com a população, depois pesquisamos bases de dados nacionais e internacionais para identificar pesquisas científicas já existentes e, por fim, coletamos sementes para a produção de mudas”, lembra o Dr. Sérgio Santos.

Realizado junto ao Instituto Estadual de Florestas (IEF), o cultivo das mudas – para a distribuição para a comunidade – levou um ano para ser finalizado. Durante esse tempo os pesquisadores trabalharam, paralelamente, no laboratório. “Onde desenvolvemos, em modelos animais, doenças, como obesidade, diabetes, síndrome metabólica, e testamos cada uma das três plantas”.

O professor conta que a escolha pelas três se deu pela necessidade de foco. “Consideramos o tempo e recursos disponíveis no momento. Com isso percebemos que, para realmente alcançar o nosso objetivo tínhamos que dar foco em algumas dessas plantas. Então, a partir da vegetação nativa, selecionamos essas três. No entanto, isso é um primeiro passo”, ressalta o especialista.

Acesse a Cartilha de Plantas Medicinais

Acesse a notícia completa na página da FAPEMIG.

Fonte: Tuany Alves, FAPEMIG. Imagem: João Medeiros, Wikimedia Commons.

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