Notícia

Estudo indica que sucesso do tratamento da gota dobra com a combinação de duas drogas

Getty Images

Fonte

Universidade de Michigan

Data

quarta-feira, 12 maio 2021 10:45

Áreas

Farmacologia.

Ao combinar dois medicamentos, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, otimizaram uma terapia para pessoas com gota, uma condição que causa graves danos e incapacidade se não for tratada.

O estudo revelou como um segundo medicamento tomado por via oral mais do que dobrou a eficácia da pegloticase, um tratamento intravenoso para a gota usado para dissolver o ácido úrico cristalizado nas articulações quando os medicamentos orais não são eficazes.

“A gota é uma doença desafiadora de tratar porque há apenas algumas terapias orais para reduzir o ácido úrico. Agora, temos um medicamento que funciona e nos dá uma chance melhor de ajudar as pessoas que sofrem de gota há décadas”, disse a Dra. Puja Khanna, reumatologista da Escola de Medicina da Universidade de Michigan.

Quando usada sozinha, a pegloticase cria uma potente resposta de anticorpos em pessoas com gota severa. A Dra. Puja Khanna liderou uma equipe de pesquisadores para analisar se uma droga de imunomodulação chamada micofenolato de mofetil, ou MMF, limitaria a produção de anticorpos e aumentaria a eficácia da pegloticase para manter um baixo nível de urato.

O estudo incluiu 32 indivíduos que receberam aleatoriamente MMF ou um placebo por via oral antes de iniciar infusões de pegloticase, que são administradas a cada duas semanas durante seis meses. Após três meses, eles pararam de receber a medicação oral e continuaram as infusões por mais 12 semanas.

Historicamente, apenas 42% dos pacientes tratados com pegloticase viram seus níveis de ácido úrico cair abaixo do nível terapêutico alvo de menos de 6 mg/dL. Esse número saltou para 86% no estudo para indivíduos que receberam os dois medicamentos, e a Dra. Puja Khanna acredita que a taxa de sucesso poderia ter sido ainda maior.

“Esperávamos cortar a taxa de falhas pela metade e isso superou nossas expectativas. Este foi um estudo de viabilidade para ver um sinal, mas levanta a questão: se tivéssemos continuado o MMF por todo o período de estudo, teríamos visto uma taxa de resposta de 100%?”, destacou a pesquisadora.

Embora as hospitalizações por doenças reumáticas como lúpus e artrite reumatoide tenham diminuído, a gota está tendendo abruptamente na direção oposta. Isso se deve, em parte, às terapias limitadas, ao aumento de comorbidades como diabetes e doenças renais e ao alto custo do tratamento, disse a especialista.

“A gota pode causar incapacidades tão graves quanto a artrite reumatoide, mas não há nem de longe o número de modalidades para tratá-la. Conseguir um novo medicamento desde o início até a aprovação do FDA pode levar de 10 a 20 anos, então nossa equipe combinou esses medicamentos para otimizar a eficácia do que já temos”, concluiu a Dra. Puja Khanna.

Além de um estudo maior, a pesquisadora espera que estudos futuros examinem por quanto tempo os indivíduos precisam tomar MMF antes e depois de iniciar as transfusões de pegloticase – reduzindo a dose mais eficaz e a duração necessária para combater esta doença altamente debilitante.

O estudo foi publicado na revista científica Arthritis & Rheumatology.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Escola de Medicina da Universidade de Michigan (em inglês).

Fonte: Noah Fromson, Escola de Medicina da Universidade de Michigan. Imagem: Getty Images.

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