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Exame de sangue pode prever a recuperação pós cirurgia de prótese de quadril

Simples exame de sangue que analisa a função imunológica pode prever a rapidez com que o paciente submetido à prótese total de quadril se recuperará

Getty Images

Fonte

Universidade Stanford

Data

terça-feira, 19 outubro 2021 06:00

Áreas

Biomarcadores. Biomedicina. Cirurgia. Imunologia. Microbiologia.

Exame de sangue pode prever a rapidez com que os pacientes submetidos à cirurgia de prótese total de quadril terão uma recuperação completa, de acordo com um novo estudo liderado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Stanford, nos Estados Unidos.

A esperança é que o exame de sangue forneça insights sobre as atividades que os pacientes podem fazer antes e depois da cirurgia, como aderir a uma dieta especial ou rotina de exercícios, que pode ajudá-los a recuperar a mobilidade total.

Os resultados também podem ajudar os médicos a avaliar com mais precisão a recuperação do paciente após a cirurgia. Atualmente, os médicos avaliam a recuperação dos pacientes fazendo-lhes perguntas sobre dor e atividade física, entre outras coisas. “Mas essas pesquisas são subjetivas e requerem muitas suposições para interpretar as respostas”, disse o Dr. Nima Aghaeepour, professor de Anestesiologia, Medicina Perioperatória e Dor de Stanford.

“Precisávamos encontrar um método mais confiável e baseado em dados para antecipar as necessidades precisas dos pacientes conforme eles se recuperam após a cirurgia”, ressaltou o Dr.  Aghaeepour.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Annals of Surgery.

‘Bola de cristal’ das células imunológicas

Na busca por um precursor molecular da recuperação cirúrgica, a equipe inscreveu 49 pacientes de artroplastia de quadril, com idades entre 57 e 68 anos, e pediu a cada um para usar um relógio inteligente de rastreamento de atividades antes e depois dos procedimentos. Antes da cirurgia, cada paciente também passou por uma coleta de sangue, que os pesquisadores analisaram usando técnicas de subtipos celulares, bem como a atividade das células.

A ideia era comparar as análises de exames de sangue, que capturam informações sobre os níveis de proteína e função imunológica, com o tempo que os pacientes demoravam para se recuperarem totalmente após o procedimento. Os pesquisadores mediram a recuperação total registrando padrões de atividade, como dados de sono, contagem de passos e outros movimentos, antes da cirurgia, e rastreando quanto tempo levou para os pacientes retornarem a esses níveis após a cirurgia.

Usando os dados e informações do relógio inteligente e da coleta de sangue pré-cirurgia, a equipe desenvolveu um algoritmo que poderia prever com precisão a rapidez com que os pacientes se recuperariam. No geral, aqueles pacientes cujos exames de sangue mostraram a função imunológica mais forte antes da cirurgia se recuperaram 34% mais rápido do que aqueles com função imunológica mais fraca.

O poder preditivo do algoritmo se baseou em grande parte na atividade de células supressoras derivadas da mieloide, um tipo de célula imunológica. Mas os pesquisadores não estavam apenas procurando a presença dessa célula; eles também mediram sua atividade quando expostas a uma molécula que simula uma infecção. Níveis de atividade mais altos estão intimamente relacionados a tempos de recuperação mais rápidos.

Refinando previsões

Embora os dados do estudo sejam preliminares e se apliquem apenas a cirurgias de quadril em pessoas em torno de 60 anos, os pesquisadores suspeitam que as descobertas podem ser aplicadas a pacientes de várias idades submetidos a procedimentos diferentes. “Minha expectativa é que ainda haja uma forte conexão entre o sistema imunológico e a recuperação, mas exatamente qual será essa conexão ainda precisamos determinar”, disse o Dr. Aghaeepour. Os pesquisadores planejam investigar outras populações de pacientes com a mesma abordagem de teste de sangue e relógio inteligente.

Os pesquisadores ainda não estão usando os dados preditivos para informar o atendimento ao paciente, mas a esperança final é que qualquer pessoa que esteja aguardando um procedimento cirúrgico realize o exame de sangue para orientar a recuperação mais rápida e tranquila.

Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill também contribuíram para o estudo.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Escola de Medicina da Universidade Stanford (em inglês).

Fonte: Hanae Armitage, Escola de Medicina da Universidade Stanford. Imagem: Getty Images.

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