Notícia

Gálio em estado líquido pode ser nova arma na luta global contra a resistência antimicrobiana

Cientistas desenvolveram tratamento com um revestimento metálico simples – para bandagens, dispositivos médicos e outras superfícies – capaz de matar bactérias resistentes

Divulgação, Universidade Flinders

Fonte

Universidade Flinders

Data

terça-feira, 22 agosto 2023 19:35

Áreas

Bacteriologia. Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Microbiologia. Nanotecnologia. Química Medicinal. Saúde Pública. Toxicologia. Vigilância Sanitária.

Uma nova combinação de metal líquido está se tornando uma potencial ‘arma secreta’ na luta global contra a resistência antimicrobiana, que já está tornando alguns medicamentos antibióticos impotentes contra as ‘superbactérias’.

Cientistas liderados pela Universidade Flinders, na Austrália, desenvolveram um tratamento com um revestimento metálico simples  – para bandagens, dispositivos médicos e outras superfícies – que são capazes de matar bactérias.

Pesquisadores do Laboratório de Nanoengenharia Biomédica da Universidade Flinders, da Universidade de Sydney, também na Austrália, e da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, disseram que a nova abordagem envolveu testar partículas de metal líquido em nanoescala, com boa biocompatibilidade e baixa citotoxicidade para células e que podem ser aplicadas como agentes antimicrobianos seguros e eficazes.

Gálio em seu estado líquido (GaLM) é um dos candidatos mais promissores para ser usado como um agente antimicrobiano, e pode ser usado de várias maneiras como um metal líquido”, disse o Dr. Vi Khanh Truong, pesquisador da Universidade Flinders e autor principal de um novo artigo publicado na revista científica ACS Nano.

“O GaLM permite que ele seja facilmente combinado ou funcionalizado com outros componentes para criar várias formas de metais antimicrobianos mais eficientes. O gálio também parece ser compatível com células humanas em preparações e concentrações relevantes para sua atividade antimicrobiana, podendo um dia ser administrado por via oral ou injeção intravenosa. O desempenho antimicrobiano desse material também poderia ser ativado por estímulos externos (luz, campos magnéticos e calor, entre outros), resultando em novas soluções que podem superar as nanopartículas monometálicas antimicrobianas e podem levar à próxima geração de antimicrobianos e agentes anti-inflamatórios baseados em metais”, explicou o pesquisador.

A pesquisa está se expandindo para produtos à base de metal e estratégias antimicrobianas numa corrida para combater as crescentes ameaças de resistência antimicrobiana (RAM).

Com a RAM fazendo com que diferentes tipos de infecções bacterianas, fúngicas e virais se tornem intratáveis, o que pode resultar em significativa morbidade e mortalidade, a terapia fágica (vírus), a imunoterapia, a tecnologia CRISPR-Cas e a terapia combinada de antibióticos são outras abordagens de investigação em curso em todo o mundo.

As atuais estratégias de controle de infecções que dependem de antibióticos sintéticos convencionais estão falhando cada vez mais e a ‘caixa de ferramentas’ de tratamentos está se esgotando rapidamente, afirmaram os pesquisadores na publicação científica.

O Dr. Vi Truong disse que o estudo examinou como a combinação de gálio com outros elementos “expande a aplicação dos GaLMs com recursos ajustáveis”.

“Em contraste com as partículas de estado sólido, as partículas GaLM podem transformar drasticamente suas configurações em resposta a estímulos externos. Curiosamente, GaLMs podem transformar sua forma ao redor e dentro das células. Além disso, em seu estado líquido, o GaLM pode dissolver e sequestrar elementos metálicos que podem ser liberados posteriormente sob demanda por meio de estímulos. Isso é especialmente útil para melhorar a eficiência da liberação de drogas”, concluiu o Dr. Vi Truong.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Flinders (em inglês).

Fonte: Universidade Flinders. Imagem: Dr. Vi Khanh Truong no Laboratório de Nanoengenharia Biomédica da Universidade Flinders. Fonte: Divulgação, Universidade Flinders.

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