Notícia

Identificação de novo gene supressor de tumor sugere nova estratégia promissora para o tratamento do câncer hepático

Fonte

Universidade Yonsei

Data

quinta-feira, 25 julho 2019 11:35

Áreas

Hepatologia. Genômica. Oncologia.

Quando certos genes, conhecidos como genes supressores de tumor, são ativados, as células normais ficam protegidas da conversão em células cancerígenas. Identificar esses genes é importante, pois entender como eles funcionam pode levar ao desenvolvimento de tratamentos contra o câncer. Um estudo do professor Dr. Kang-Yell Choi e colegas da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, identificou um novo gene supressor de tumor, sugerindo uma nova estratégia para o tratamento do câncer de fígado. Os autores descrevem suas descobertas em um artigo publicado na revista científica Nature Communications.

Em um estudo anterior, os mesmos autores investigaram um gene indutor de câncer, ou oncogene, denominado RAS. Os oncogenes são o oposto dos genes supressores de tumor, na medida em que causam câncer quando ativados. O trabalho dos pesquisadores indicou que pode haver uma proteína desconhecida capaz de degradar a proteína RAS. “Esta foi uma descoberta chave”, afirma o professor Choi, “desde que sabíamos que qualquer proteína que degrada o RAS pode oferecer proteção contra o câncer causado pela ativação do RAS, que atualmente é indecifrável”. O próximo passo seria identificar o gene que codifica esta proteína.

No estudo mais recente, os pesquisadores se propuseram a identificar proteínas capazes de se ligar ao RAS e, em seguida, investigar esses candidatos, em última análise, em uma proteína conhecida como WDR76. Os pesquisadores então realizaram experimentos em células de câncer de fígado e camundongos para confirmar o papel da WDR76 no câncer de fígado. Ao ativar  a WDR76 em células de câncer de fígado, os cientistas foram capazes de desestabilizar a proteína RAS e suprimir algumas das características mais malignas das células cancerosas, como a capacidade de se dividir rapidamente e invadir novos tecidos. Além disso, os camundongos sem WDR76 eram mais suscetíveis ao câncer de fígado, enquanto aqueles nos quais a WDR76 era hiperativada eram menos suscetíveis ao câncer de fígado. Finalmente, o professor Choi e seus colegas estudaram os níveis de ambos, RAS e WDR76, em cânceres hepáticos humanos. Suas descobertas foram consistentes com a ideia de que altos níveis de WDR76 previnem o câncer ao reduzir os níveis de RAS, enquanto os tecidos com baixos níveis de WDR76 têm altos níveis de RAS, levando ao câncer de fígado.

As descobertas deste estudo podem levar a novos tratamentos para câncer de fígado e talvez também para outros tipos de câncer. “Um resultado interessante do nosso estudo é que nós demonstramos que o RAS pode ser controlado, regulando sua estabilidade com o supressor tumoral WDR76. Isso sugere uma nova estratégia para suprimir o crescimento e a disseminação de tumores causados ​​pela ativação da RAS. Este estudo destaca uma estratégia confiável para superar as limitações das abordagens atuais no tratamento do câncer de fígado”, conclui o Dr. Kang-Yell Choi.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Yonsei (em inglês).

Fonte: Universidade Yonsei. Imagem: Freepik.

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