Notícia

Identificada causa da rápida perda de proteção vacinal em pacientes com doenças autoimunes

Fonte

Universidade Médica de Viena

Data

sábado, 9 setembro 2023 12:05

Áreas

Biologia. Bioquímica. Biotecnologia. Farmacologia. Imunologia. Microbiologia. Química Medicinal. Saúde Pública. Vacinas.

Pessoas que são tratadas com inibidores de TNF-α para doenças autoimunes, como doença de Crohn ou artrite reumatoide, perdem a proteção vacinal significativamente mais cedo do que a média. O mecanismo subjacente à diminuição precoce dos níveis de anticorpos foi esclarecido recentemente por uma equipe de pesquisa da Universidade Médica de Viena (MedUni Viena), na Áustria.

Diante dos resultados, a Dra. Ursula Wiedermann-Schmidt, pesquisadora principal do estudo, enfatizou a importância de reforços regulares para as pessoas afetadas. O trabalho de pesquisa acaba de ser publicado na revista científica eBioMedicine.

O estudo foi conduzido pelo Centro de Fisiopatologia, Infectologia e Imunologia em cooperação com o Departamento de Gastroenterologia e Hepatologia da MedUni Viena. Pacientes com doenças inflamatórias intestinais (DII), como doença de Crohn ou colite ulcerativa, e pacientes controles saudáveis, receberam vacinação com mRNA contra o vírus SARS-CoV-2 e um reforço após seis meses. Análises subsequentes mostraram que as pessoas que receberam terapia com bloqueadores de TNF-α apresentaram níveis de anticorpos significativamente mais baixos do que indivíduos saudáveis e pacientes com DII que receberam outra forma de tratamento (antagonistas da integrina α4β7).

Os bloqueadores de TNF-α são medicamentos anti-inflamatórios e imunossupressores do grupo de produtos biológicos que não são usados apenas para doenças inflamatórias intestinais, mas também para outras doenças autoimunes, como artrite reumatoide ou artrite psoriática. Segundo a equipe de pesquisa, a perda significativamente mais rápida da proteção vacinal observada no estudo se deve ao fato de que o forte quadro inflamatório nesses pacientes – apesar do uso de inibidores de TNF-α – inibe a produção de células B de memória nos linfonodos. Estas são as células do sistema imunitário responsáveis pela produção de células plasmáticas de vida longa, bem como de anticorpos e, portanto, pela proteção vacinal em longo prazo contra agentes patogênicos já conhecidos – um pré-requisito essencial para a qualidade e duração do efeito protetor das vacinas.

Verificação do estado vacinal com diagnóstico da doença

“Em nosso estudo, conseguimos elucidar o mecanismo exato pelo qual apenas células plasmáticas de vida curta são formadas sob terapia com bloqueadores de TNF-α, de modo que a proteção dos anticorpos dura apenas um curto período de tempo”, disse a Dra. Ursula Wiedermann-Schmidt, chefe do o Centro de Fisiopatologia, Infectologia e Imunologia e do Ambulatório de Vacinações, Viagens e Medicina Tropical da MedUni Viena.

Os resultados do estudo aplicam-se não apenas às vacinações contra o SARS-CoV-2, mas, em princípio, a todas as vacinações. “Para este grupo de pacientes, é portanto necessário manter a proteção em curto prazo através de vacinações repetidas de reforço”, afirmou a pesquisadora. Deve ser dada especial atenção às vacinações que são administradas pela primeira vez sob terapêutica com bloqueadores do TNF-α – aqui a diminuição precoce dos anticorpos e a perda de proteção podem ser mais pronunciadas.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Médica de Viena (em inglês).

Fonte: Universidade Médica de Viena. Imagem: Freepik.

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