Notícia
Medicamentos para artrite podem ajudar a evitar que o câncer de mama se espalhe para os ossos
Nova pesquisa da Universidade de Sheffield descobre o papel da proteína liberada pela medula óssea na disseminação do câncer de mama para os ossos
Divulgação
Fonte
Universidade de Sheffield
Data
segunda-feira, 25 novembro 2019 10:55
Áreas
Farmacologia. Oncologia. Ortopedia.
Em um novo estudo publicado na revista científica Nature Communications, cientistas da Universidade de Sheffield e da Universidade de Manchester, no Reino Unido, propõem que os medicamentos para artrite – anacinra, canaquinumabe e sulfasalazina – possam, no futuro, ser reaproveitados para ajudar no tratamento do câncer de mama. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após a descoberta do papel da medula óssea na propagação da doença para os ossos.
O novo estudo – que foi financiado pela instituição de pesquisa e assistência médica Breast Cancer Now – descobriu que a medula óssea libera uma proteína chamada interleucina 1-beta (IL-1β) que incentiva as células cancerígenas a formarem tumores secundários quando atingem os ossos.
O estudo estabeleceu que o processo iniciado por essa molécula pode ser bloqueado por medicamentos já utilizados no tratamento da artrite, como o anakinra, capaz de prevenir que o câncer de mama forme tumores secundários nos ossos.
A Dra. Penelope Ottewell, professora de Biologia do Departamento de Oncologia e Metabolismo da Universidade de Sheffield, disse: “Descobrir que uma molécula, conhecida como IL-1β, é responsável pelo crescimento do câncer de mama no esqueleto é muito emocionante. Atualmente, os fármacos disponíveis no NHS [Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido] para tratar a artrite reumatoide, incluindo o anacinra e o canaquinumabe, inibem a atividade da IL-1β. Nossas descobertas indicam que esses medicamentos podem ser rapidamente redirecionados para proporcionar benefício a pacientes com câncer de mama em estágio avançado, cujos tumores provavelmente se espalharão até os ossos”.
O câncer de mama é o câncer mais comum no Reino Unido e ainda causa a morte de cerca de 11.500 mulheres a cada ano. Quase todas essas mortes são atribuíveis ao câncer de mama secundário, onde o câncer de mama se espalha para formar tumores em outras partes do corpo, que podem ser controlados, mas não curados.
Uma das partes mais comuns do corpo para a disseminação do câncer de mama é o osso, que pode causar sintomas debilitantes, como dores nas articulações ou fraturas que geralmente requerem cirurgia.
O crescimento de células de câncer de mama foi investigado em camundongos em laboratório, para estabelecer o que ajuda a doença a se estabelecer e crescer em um novo local. Os pesquisadoers descobriram que a molécula IL-1β (liberada pela medula óssea) era responsável por ajudar as células-tronco do câncer de mama a se transformarem em tumores e esses achados foram apoiados usando dados de pacientes com câncer de mama secundário.
Drogas que podem inibir a ação da IL-1β já existem e são usadas no tratamento de outras doenças. Atualmente, estão em andamento pesquisas para entender como o bloqueio da ação da IL-1β para impedir a disseminação do câncer de mama pode afetar o sistema imunológico e se os medicamentos atualmente disponíveis podem funcionar com as terapias existentes – incluindo os bifosfonatos – para impedir a propagação da doença para os ossos.
“Se mais pesquisas puderem nos ajudar a entender completamente como esses medicamentos para artrite funcionariam como um tratamento contra o câncer, esperamos que esses medicamentos possam avançar rapidamente em ensaios clínicos para [estarem disponíveis para] pacientes com câncer de mama”.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Sheffield (em inglês).
Fonte: Rebecca Ferguson, Universidade de Sheffield. Imagem: Divulgação.
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