Notícia

Molécula no cérebro ajuda a ‘despertar’ células que poderiam combater doenças neurodegenerativas

Molécula chamada fractalcina estimula a criação de células cerebrais produtoras de mielina, se mostrando promissora no tratamento de algumas doenças neurodegenerativas

Pixabay

Fonte

Universidade de Alberta

Data

quarta-feira, 15 setembro 2021 06:45

Áreas

Doenças Neurológicas. Neurociências.

Uma molécula imunológica chamada fractalcina pode aumentar a produção de células cerebrais que produzem mielina, um fator-chave em doenças como a esclerose múltipla, de acordo com pesquisas recentes da Universidade de Alberta, no Canadá.

A mielina é uma camada isolante em torno dos nervos que é gradualmente desgastada pela inflamação na esclerose múltipla e em doenças semelhantes. Sem essa camada, os impulsos nervosos que viajam pelo corpo são retardados, causando problemas neurológicos.

Embora existam terapias que controlam os sintomas ou tentam retardar a progressão de doenças neurodegenerativas, os tratamentos eficazes exigiriam a restauração da mielina perdida. Encontrar métodos para acelerar o processo de mielinização é uma etapa crucial na busca por tratamento.

A Dra. Anastassia Voronova, professora do Departamento de Genética Médica da Universidade de Alberta, explicou que as células-tronco neurais produzem uma variedade de células cerebrais, incluindo oligodendrócitos, um tipo de célula no sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. Os oligodendrócitos são as únicas células cerebrais que produzem mielina.

“Durante o desenvolvimento, essas células-tronco neurais constroem o cérebro. No cérebro adulto, parte da razão de existirem é para repor células danificadas ou perdidas, incluindo oligodendrócitos”, disse a Dra. Voronova, que também é membro do Instituto de Neurociência e Saúde Mental e do Instituto de Pesquisa de Saúde Infantil e da Mulher da Universidade de Alberta.

“Porém, principalmente em humanos, a reposição de oligodendrócitos é muito ineficiente. O objetivo do meu laboratório é identificar moléculas que são capazes de ‘acordar’ as células-tronco neurais que todos temos em nosso cérebro para repor esses oligodendrócitos”, destacou a pesquisadora.

O estudo da Dra. Voronova mostrou que a fractalcina – uma molécula que se pensava ter um papel apenas no sistema imunológico – estimulou visivelmente a transformação de células-tronco neurais em oligodendrócitos. “A molécula [fractalcina] e o receptor trabalham juntos para provocar uma cascata de sinalização dentro da célula. Esta é uma era realmente interessante para se fazer ciência. Acho que estamos apenas começando a apreciar todo o espectro do que esses oligodendrócitos podem fazer”, disse a professora.

A equipe de pesquisa está agora investigando a capacidade de remielinização da fractalcina em um modelo de camundongo. A pesquisadora planeja examinar se a fractalcina pode afetar a mielinização em outras doenças neurodegenerativas. Ela acrescentou que a natureza imunológica da fractalcina também pode ser importante para o futuro desenvolvimento de drogas, já que a Esclerose Múltipla e doenças neurodegenerativas têm um forte componente imunológico.

“A mielina está diminuída em uma variedade de doenças neurodegenerativas, o que torna a ideia de aumentar a produção de oligodendrócitos e, portanto, o reparo da mielina, tão excitante”.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Stem Cell Reports.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Alberta (em inglês).

Fonte: Adrianna MacPherson, Portal Folio, Universidade de Alberta. Imagem: Pixabay.

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