Notícia

Moscas das frutas ajudam a desvendar pistas sobre como crescem órgãos, tecidos e o câncer

Fonte

Universidade Monash

Data

sexta-feira, 3 maio 2024 17:25

Áreas

Bioinformática. Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Microbiologia. Oncologia.

Moscas do gênero Drosophila – muitas vezes chamadas moscas das frutas – tem sido usadas por cientistas há mais de 100 anos para desvendar características-chave da vida na Terra, como a forma como os animais respondem ao sol e como os corpos dos animais são padronizados da cabeça à cauda. Além disso, muitas vias de sinalização importantes foram descobertas em moscas das frutas, incluindo as vias Hedgehog, Notch e Hippo.

Em um novo estudo, publicado na revista científica Developmental Cell, pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, em colaboração com o Peter MacCallum Cancer Center, fizeram novas descobertas sobre como a via de sinalização Hippo envia sinais da membrana celular para o núcleo para alterar o comportamento celular.

A via Hippo é fromada por um grupo de proteínas que trabalham juntas para controlar o tamanho dos órgãos e o destino das células e existe em todos os animais multicelulares da Terra. Além disso, quando sofre mutação em humanos, pode causar diversos tipos de câncer.

O presente estudo forneceu novos insights sobre como essa via altera a expressão genética e, portanto, o comportamento celular.

O Dr. Sam Manning, pesquisador do Monash Biomedicine Discovery Institute (BDI) e primeiro autor do estudo, disse que os resultados esclarecem como as vias de sinalização controlam as proteínas nucleares para alterar a expressão genética.

“A via Hippo é uma via de sinalização muito importante que controla o tamanho dos órgãos do nosso corpo”, disse o pesquisador. “Neste estudo, descobrimos como a via Hippo muda a forma como as proteínas se ligam ao DNA para alterar o comportamento celular. Isto nos dá novos conhecimentos sobre o crescimento dos órgãos e como os cânceres se formam nos seres humanos.”

O professor Dr. Kieran Harvey, autor sênior do estudo e líder dos laboratórios de pesquisa do BDI de Monash e do Peter MacCallum Cancer Center, disse que a pesquisa foi fundamental e muito importante. O professor Harvey disse que as descobertas podem ajudar outras pessoas com ideias sobre como estudar como funcionam outras vias de sinalização celular.

“De uma perspectiva fundamental, é importante porque ajuda a compreender como funcionam as vias de sinalização para mudar o comportamento celular. Especificamente, dá uma nova visão sobre a via Hippo, que é importante para o controle do crescimento. Do ponto de vista da doença, é importante porque a via Hippo é um caminho chave para o câncer e novos conhecimentos sobre como funciona poderão um dia ajudar a tratar o câncer”, destacou o professor.

O professor Harvey disse que, embora a via Hippo faça essencialmente o mesmo trabalho em muitos animais diferentes, incluindo moscas e humanos, os resultados estão agora sendo testados por eles em células humanas.

“Este é um estudo científico fundamental. Tratamentos, curas e outros resultados muitas vezes não são realizados durante décadas. Por exemplo, a via Hippo foi descoberta na Drosophila há cerca de 20 anos e só recentemente as primeiras terapias direcionadas  entraram em estudos clínicos para cânceres humanos. Os primeiros resultados mostram que elas trazem algum benefício para os pacientes”, concluiu o Dr. Kieran Harvey.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).

Fonte: Universidade Monash. Imagem: Drosophila melanogaster. Fonte: André Karwath Aka via Wikimedia Commons.

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