Notícia

Nanocápsulas podem ajudar em tratamento anticâncer

Utilizando nanopartículas magnéticas,  cápsulas permitem direcionar medicamentos de forma mais eficiente

Divulgação, Agência UFC

Fonte

Agência UFC

Data

sexta-feira, 23 junho 2023 11:10

Áreas

Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Engenharia Biológica. Entrega de Medicamentos. Medicina de Precisão. Nanotecnologia. Oncologia. Química Medicinal. Saúde Pública.

Tecnologias na escala nano (mil vezes menor que um micrômetro) já são utilizadas em pesquisas de diversas áreas do conhecimento. Na Universidade Federal do Ceará (UFC), uma dessas pesquisas gerou como produtos nanocápsulas magnéticas que podem ser usadas para melhor direcionar alguns fármacos em tratamentos.

A invenção, objeto de patente recém-obtida pela Instituição, visa solucionar um problema comum das terapias medicamentosas, como no tratamento de tumores: a falta de um direcionamento específico dos fármacos para que atinjam o tecido-alvo com maior precisão, o que acaba gerando uma eficiência reduzida dos remédios administrados.

Essa é uma dificuldade que a nanomedicina oncológica enfrenta, o que abre espaço para pesquisas como a desenvolvida pela UFC. Utilizando nanopartículas magnéticas incorporadas às nanocápsulas, a ideia é vetorizar os fármacos para que atuem de forma menos dispersa, permitindo inclusive uma aplicação menor de doses e reduzindo a probabilidade de efeitos colaterais.

“A estratégia é aumentar a biodisponibilidade do fármaco na região desejada e, consequentemente, diminuir a dose necessária na administração do ativo”, explicou a professora Dra. Nágila Ricardo, uma das inventoras que assinam a patente e coordenadora do Laboratório de Polímeros e Inovação de Materiais (LABPIM), vinculado ao Departamento de Química Orgânica e Inorgânica (DQOI) da UFC.

Na prática, as cápsulas funcionam como um ‘veículo’ que transporta os agentes farmacológicos, mas fazendo isso de forma mais objetiva, levando-os diretamente até onde precisam ir por meio de atração magnética. “Uma vez que o conjunto inteiro seja atraído pela ação de um campo magnético externo, o fármaco encapsulado será liberado de maneira mais direcionada para a região de interesse”, resumiu a professora Nágila.

Cápsulas poliméricas

A invenção é fruto de pesquisa desenvolvida em projeto de doutorado realizado no Programa de Pós-Graduação em Química da UFC, pelo Dr. Alexandre Carreira da Cruz Sousa, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), sob orientação da professora Nágila Ricardo.

Classificadas como poliméricas, ou seja, compostas por polímeros, as nanocápsulas são feitas por um tipo específico de amido, o que contribui para que não apresentem toxicidade ao organismo, já que se trata de uma molécula biocompatível e biodegradável.

“A estrutura da nanocápsula se divide em ‘núcleo’ e ‘casca’. A ‘casca’ é o envoltório composto pelo polímero, que é um tipo de amido. O ‘núcleo’ é a região interna, envolta pela casca, onde se encontram encapsulados o fármaco e as nanopartículas magnéticas”, detalhou a professora.

Justamente por conta de sua composição, não são todos os medicamentos que podem ser transportados pelas nanocápsulas, mas somente aqueles com capacidade de solubilização em meio aquoso. Para testar a invenção, por exemplo, os pesquisadores da UFC utilizaram um bioativo natural extraído da planta conhecida como pau-branco.

“Nesse caso, um estudo de toxicidade in vitro demonstrou atividade anticâncer contra quatro linhagens de células tumorais humanas: glioblastoma SNB-19, carcinoma de cólon HCT-116, câncer de próstata PC3 e leucemia HL-60″, disse a pesquisadora.

Isso não significa que as nanocápsulas por si só possuem atividade antitumoral, e não é essa a pretensão do invento. O foco da pesquisa está em mostrar que as cápsulas podem ser usadas como veículo para os fármacos encapsulados, que podem ser liberados para cumprir seu objetivo como ativos contra diferentes tipos de câncer.

Acesse a notícia completa na página da Agência UFC.

Fonte: Kevin Alencar, Agência UFC. Imagem: Imagens das nanocápsulas obtidas por Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM). Fonte: Divulgação, Agência UFC.

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