Notícia

Nanopartículas tornam-se invisíveis para serem mais eficazes contra tumores

Equipe de pesquisa internacional desenvolveu um novo tipo de nanopartícula para entrega e transporte de drogas que, graças a um revestimento de proteínas plasmáticas humanas, é capaz de não ser identificada pelo sistema imunológico

Adaptação a partir de Bruce Wetzel and Harry Schaefer, National Cancer Institute

Fonte

Universidade de Roma Sapienza

Data

sexta-feira, 25 março 2022 15:10

Áreas

Bioquímica. Biotecnologia. Entrega de Medicamentos. Imunologia. Imunoterapia. Medicina de Precisão. Oncologia.

No campo biomédico, os lipossomas representam a ferramenta ideal para conduzir o transporte de fármacos em terapias anticancerígenas. Essas nanopartículas, formadas por uma ou mais duplas camadas lipídicas, oferecem inúmeras vantagens em relação às tecnologias tradicionais, como a possibilidade de redução de doses de fármacos, aumento da seletividade de órgãos-alvo e redução de efeitos colaterais potencialmente nocivos. No entanto, apenas um pequeno número de formulações de lipossomas foi aprovado por órgãos reguladores e entrou na prática clínica.

De fato, décadas de pesquisa estabeleceram que o sucesso clínico limitado dos lipossomas se deve principalmente às mudanças que sofrem assim que entram em contato com o sangue: uma vez introduzidos no líquido orgânico, ficam cobertos por uma ‘coroa de proteína’ e são reconhecidos pelo sistema imunológico como um corpo estranho a ser eliminado. Portanto, o que o sistema imunológico combate não é o lipossoma em si, mas o revestimento de proteína que ele usa no sangue.

Daí a ideia de uma equipe de pesquisa internacional, coordenada pela Dra. Saula Checquolo e pelo Dr. Giulio Caracciolo, pesquisadores da Universidade de Roma Sapienza, na Itália, de criar um revestimento proteico invisível ao sistema imunológico, para ‘enganá-lo’ e ‘fazê-lo aceitar’ as nanopartículas que contêm a terapia medicamentosa.

A partícula biomimética desenvolvida pelos pesquisadores , com a colaboração da Universidade de Tecnologia de Graz, na Áustria, e da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, é chamada de proteoDNAsoma e é composta por três compartimentos distintos: lipídios, DNA e proteínas. Os resultados foram publicados na revista científica ACS Nano.

A camada mais interna é formada por um núcleo lipídico, no qual está encapsulado o fármaco a ser entregue, que é recoberto por um revestimento de DNA com dupla finalidade: funcional e estrutural. Funcionalmente, o DNA serve para expressar uma proteína terapeuticamente útil na célula alvo, enquanto sua carga elétrica negativa permite que uma terceira e última camada feita de proteínas plasmáticas específicas seja adsorvida. É precisamente esta camada de proteína que torna o proteoDNAsoma ‘invisível’ para o sistema imunológico.

“Revestir as nanopartículas com uma coroa artificial de proteína feita de proteínas do plasma humano permitiu reduzir drasticamente a absorção pelos leucócitos e prolongar a circulação das vesículas lipídicas no corpo, aumentando assim a eficácia terapêutica do tratamento farmacológico”, explicou o Dr. Giulio Caracciolo, professor do Departamento de Medicina Molecular da Universidade de Roma Sapienza.

Existem inúmeras aplicações para a descoberta, incluindo a imunoterapia para o câncer.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Roma Sapienza (em italiano).

Fonte: Universidade de Roma Sapienza. Imagem: Adaptação a partir de Bruce Wetzel and Harry Schaefer, National Cancer Institute.

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