Notícia

Nova droga bloqueia a formação de coágulos e pode prevenir derrames e ataques cardíacos

Após testes em animais, próximo passo é desenvolver um candidato a medicamento que possa ser levado a um ensaio clínico

Pixabay

Fonte

Universidade Monash

Data

segunda-feira, 3 agosto 2020 14:30

Áreas

Doenças Cardiológicas. Doenças Neurológicas. Farmacologia. Saúde Pública.

Pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália,  descobriram uma droga em potencial que pode ser administrada na prevenção contra ataques cardíacos e derrames.

A droga – que foi estudada em células humanas e modelos animais – literalmente bloqueia as pequenas alterações no fluxo sanguíneo que precedem um ataque cardíaco e atua nas plaquetas, impedindo a formação de coágulos desencadeados pelas plaquetas antes que possam causar danos.

Um terço de todas as mortes no mundo – 18 milhões por ano – são causadas por doenças cardiovasculares, principalmente ataques cardíacos ou derrames, os quais são desencadeados por coágulos que bloqueiam os vasos no cérebro ou no coração.

Medicamentos como a aspirina, administrados no momento do ataque, podem impedir a formação de mais coágulos, mas só funcionam em 25% dos casos e podem causar sérios efeitos colaterais de sangramento. O artigo que descreve o novo medicamento foi publicado na revista científica Science Translational Medicine.

De acordo com o Dr. Justin Hamilton, professor do Centro Australiano de Doenças do Sangue da Universidade Monash, “não há novos medicamentos para tratar, muito menos prevenir, ataque cardíaco ou derrame há mais de 15 anos”.

O professor Hamilton disse que os pesquisadores encontraram o medicamento potencial por acidente. Eles estavam observando mudanças nas plaquetas que ocorrem por volta do tempo chamado de cenário patológico, ou seja, de ataque cardíaco ou derrame. Eles descobriram uma enzima de interesse, isolaram o gene responsável pela produção da enzima e realizaram testes com camundongos em que faltava exatamente esse gene.

Os animais – para sua surpresa – ficaram completamente protegidos contra ataques cardíacos. Os pesquisadores usaram microscopia eletrônica para cortar “fatias” ultrafinas das plaquetas desses camundongos para ver o que estava acontecendo. O que eles viram foi uma membrana levemente modificada, que parece impedir que essas plaquetas se liguem umas às outras ou às paredes dos vasos sanguíneos, no instante em que há uma alteração no fluxo sanguíneo. “É essa perturbação do fluxo sanguíneo que é uma marca registrada e preditora de um ataque cardíaco. Essa enzima em particular permite que as plaquetas respondam à mudança do fluxo sanguíneo e ‘aumentem’ sua capacidade de coagular, causando o ataque cardíaco”, disse o professor Hamilton.

Uma vez que os pesquisadores estavam cientes da importância da enzima, eles desenvolveram uma droga que poderia interromper esse processo, em modelos animais e em modelos de laboratório usando sangue humano. Esta droga tem potencial para ser administrada a pacientes em risco de ataque cardíaco e derrame e impedir a formação de coágulos sanguíneos quando houver risco.

O próximo passo é desenvolver um candidato a medicamento que possa ser levado a um ensaio clínico, de acordo com o professor Hamilton. Inicialmente, ele espera testar o medicamento em pacientes com maior risco de doença cardiovascular, como aqueles com diabetes.

Esses mesmos coágulos – que são alvo do medicamento desenvolvido na Universidade Monash – foram recentemente vinculados à COVID-19 como uma das principais causas de morte pela doença. “A possibilidade de usar nosso anti-trombótico recém-desenvolvido para melhorar o tratamento de pacientes com COVID-19 é uma ideia atraente que gostaríamos de explorar”, concluiu o Dr. Hamilton.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Uniersidade Monash (em inglês).

Fonte: Tania Ewing, Universidade Monash. Imagem: Pixabay.

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