Notícia
Nova fase de estudo com células CAR-T no combate à leucemia e linfoma recebe investimento de R$ 100 milhões
Liberados pelo Ministério da Saúde, os recursos vão permitir a inclusão de 81 novos pacientes no estudo do Hemocentro de Ribeirão Preto em parceria com a Fundação Butantan
Assessoria do Hemocentro do HC FMRP-USP
Fonte
Jornal da USP
Data
quarta-feira, 3 janeiro 2024 15:15
Áreas
Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Engenharia Biológica. Estudo Clínico. Imunologia. Imunoterapia. Laboratórios. Medicina de Precisão. Microbiologia. Oncologia. Saúde Pública.
Agora no início de 2024 começa uma nova fase do estudo clínico para o tratamento de leucemia e linfoma utilizando células CAR-T. A pesquisa é uma iniciativa do Hemocentro de Ribeirão Preto, vinculado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC FMRP-USP), em parceria com a Fundação Butantan.
“Essa nova fase do estudo só foi possível com a liberação de R$ 100 milhões pelo Ministério da Saúde, dentro do Novo Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC-Saúde)”, destacou o médico hematologista Dr. Gil De Santis, diretor médico do Laboratório de Terapia Celular do Hemocentro do HC-FMRP e um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.
Segundo o médico, esses recursos serão aplicados principalmente na manufatura dos produtos celulares, que envolve a compra de insumos e de reagentes, e financiarão os gastos hospitalares decorrentes do tratamento. “Nessa fase, avaliaremos a segurança e a eficácia do novo produto, para, ao final, solicitar a sua aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), depois do que, o produto poderá ser oferecido aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).”
O Dr. Rodrigo do Tocantins Calado, diretor científico do Hemocentro de Ribeirão Preto e pró-reitor de Pós-Graduação da USP, afirmou que esse estudo representa a concretização de uma ideia científica nascida no laboratório de pesquisa, que impacta diretamente a vida das pessoas, especialmente no tratamento oferecido a pacientes com câncer. “Essa transição inovadora é viabilizada pela colaboração entre diversas instituições. Aqui, podemos aproveitar a vasta expertise da USP, reunindo pesquisadores e médicos de variadas áreas, desde biologia molecular e imunologia até a prática clínica. Essa união se complementa com o conhecimento especializado do Instituto Butantan, permitindo que a ideia saia do laboratório e se transforme em uma nova tecnologia, pronta para beneficiar a sociedade.”
O Dr. Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, ressaltou que “o Butantan fez um grande investimento na construção de plataforma de produção de células CAR-T. Agora, consolida a linha de pesquisa com a captação de recursos necessários para conduzir o primeiro estudo clínico com tecnologia desenvolvida junto com a Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto e a USP. Com isso, se posiciona para suprir a demanda que será exigida no Brasil para esta nova forma de tratamento”.
Em nota, o Dr. Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde do Ministério da Saúde, afirmou que “nosso objetivo é garantir à população mais carente o acesso aos tratamentos mais modernos contra o câncer”.
Os estudos com células CAR-T também recebem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
No Brasil, a terapia com células CAR-T foi desenvolvida pioneiramente no Centro de Terapia Celular (CTC-USP), sediado no Hemocentro de Ribeirão Preto. O primeiro voluntário brasileiro, que recebeu o tratamento experimental em 2019, alcançou a remissão total de um linfoma em estágio terminal. Outros pacientes que optaram pelo tratamento também tiveram remissão. Até hoje, a terapia celular se mostrou altamente eficaz contra casos de leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B, dois tipos de cânceres de sangue.
Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.
Fonte: Rose Talamone e Eduardo Vidal, Jornal da USP. Imagem: Bolsa com células CAR-T, produzidas no Laboratório de Terapia Celular do Hemocentro RP, pronta para ser instilada no paciente. Fonte: Assessoria do Hemocentro do HC FMRP-USP.
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