Notícia
Nova sonda em desenvolvimento usa suco de laranja ‘passada’ para detectar câncer e outras doenças graves
Nanobiossensor – uma sonda minúscula que usa fluorescência para sinalizar o pH das células em termos de acidez ou alcalinidade – detecta se as células estão em risco, ou nos estágios iniciais de câncer ou outras doenças graves
Stefanie Zingsheim, Universidade de Sydney
Fonte
Universidade de Sydney
Data
segunda-feira, 13 dezembro 2021 10:45
Áreas
Biomedicina. Diagnóstico. Engenharia Biomédica. Oncologia.
Doutorando da Universidade de Sydney, na Austrália, está desenvolvendo uma sonda biomédica para detecção de câncer e doenças graves que pode ser feita com suco de laranjas ‘passadas’.
O nanobiossensor – uma sonda minúscula que usa fluorescência para sinalizar o pH das células em termos de acidez ou alcalinidade – detecta se as células estão em risco, ou nos estágios iniciais de câncer ou outras doenças graves. Quando as células humanas se tornam mais ácidas, isso pode sugerir que o câncer não está muito longe. O dispositivo é feito de pontos fluorescentes de carbono que podem ser criados a partir de resíduos de alimentos, no caso, o suco de laranjas ‘passadas’. A laranja ‘passada’ foi usada por seus altos níveis de ácido ascórbico – o que melhora a funcionalidade do nanobiossensor – e para minimizar o desperdício de alimentos indo para aterros sanitários.
O processo, publicado na revista científica Chemical Engineering Journal, envolve a obtenção de uma biópsia de tecido de células suspeitas de serem cancerígenas, que são colocadas em uma placa de Petri. Usando uma pipeta de laboratório, o nanobiossensor é então aplicado às células, que são examinadas em um microscópio de fluorescência – um tipo de microscópio que mostra variações sutis de luz.
“Flutuações dramáticas na acidez das células podem levar à função, crescimento e divisão celular inadequados, o que pode levar a doenças graves”, disse Pooria Lesani, pesquisador principal do estudo e doutorando em Engenharia Biomédica da Universidade de Sydney. “Desenvolvemos um nanobiossensor sensível e econômico para medição em tempo real do grau de acidez das células”, disse Lesani, que também é afiliado ao Sydney Nano Institute.
“Este nanobiossensor também pode nos ajudar a entender melhor como essas doenças se desenvolvem”, disse Lesani. Sua pesquisa está sendo conduzida sob a supervisão da professora Dra. Hala Zreiqat, diretora do ARC Center for Innovative BioEngineering e chefe da Unidade de Biomateriais e Engenharia de Tecidos em Sydney.
“Muitas doenças começam a se desenvolver ao longo de muitos anos – e até décadas – antes que uma pessoa apresente o menor dos sintomas. Em muitas doenças como o Alzheimer, uma vez que surgem os sintomas, pode ser tarde demais para tratá-los. Nosso dispositivo permite um diagnóstico mais preciso da doença antes do início dos sintomas, além de possibilitar a detecção precoce de doenças graves associadas às flutuações do pH”, disse Lesani.
“Esperamos que isso possa levar ao tratamento precoce e prevenção de doenças graves. Os métodos de teste atuais podem ser complexos, caros e demorados, enquanto o nosso nanobiossensor pode ser facilmente produzido em grande escala com baixo custo”, destacou o pesquisador.
De laranja passada a nanobiossensor
“O processo de fazer esses pontos de carbono para o nanobiossensor é semelhante a fazer uma refeição em uma panela de pressão”, disse Lesani. “Jogamos todos os ingredientes juntos – neste caso, suco de laranja passada e um pouco de água – em um reator que se assemelha a uma panela de pressão, fechamos bem a tampa e colocamos em um forno científico aquecido a cerca de 200 ℃. O aumento da temperatura e da pressão dentro do reator quebram a estrutura molecular inicial dos ingredientes, ajudando-os a formar um novo material: os pontos de carbono. Esses pontos são então usados para construir o nanobiossensor”, concluiu o pesquisador.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Sydney (em inglês).
Fonte: Luisa Low, Universidade de Sydney. Imagem: Pooria Lesani. Fonte: Stefanie Zingsheim, Universidade de Sydney.
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