Notícia

Nova técnica de microscopia permite mapeamento de doenças em nível celular

Fonte

Universidade Maastricht

Data

segunda-feira, 8 agosto 2022 06:15

Áreas

Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Diagnóstico. Medicina de Precisão. Metabolismo. Microbiologia. Oncologia. Patologia.

Cientistas da Universidade Maastricht, nos Países Baixos, desenvolveram uma técnica para mapear melhor os diferentes tipos de células e sua localização nos tecidos. Essa inovação permite que os cientistas entendam melhor os processos de doenças, como a arteriosclerose e o câncer. As primeiras descobertas com esta nova técnica foram publicadas na revista científica Cell Metabolism.

Muitos processos de doenças envolvem muitos tipos diferentes de células. Para entender adequadamente como as doenças se desenvolvem, é importante saber de quais tipos de células os tecidos são compostos. Até recentemente, os pesquisadores podiam distinguir no máximo cinco tipos de células por vez usando imagens de microscopia, dando às células uma cor diferente. Os cientistas de Maastricht desenvolveram um novo método que pode criar imagens de até quinze tipos de células diferentes. Eles usaram uma técnica chamada microscopia multiespectral.

Com esse tipo de microscopia, os pesquisadores observam as células como uma luz branca passando por um prisma mostrando todas as cores do arco-íris: as células não são visíveis como uma única cor, mas como uma combinação única de cores diferentes. Dessa forma, eles podem observar mais células ao mesmo tempo e entender melhor de quais tipos de células certos tecidos são compostos.

Nova técnica e a comunicação entre células

A técnica dos cientistas de Maastricht pode determinar a localização de cada tipo de célula no tecido e mostra quais tipos de células estão localizados na vizinhança umas das outras (conhecidas como comunidades celulares).

Sabe-se que os tipos de células vizinhas influenciam uns aos outros: por exemplo, as células inflamatórias no tecido tumoral neutralizam a defesa das células tumorais, com grandes consequências negativas para o curso da doença. “Agora podemos investigar como certos tipos de células se comunicam e se estão envolvidas no processo da doença”, explicou o Dr. Pieter Goossens, pesquisador de Patologia Vascular Experimental da Universidade Maastricht.

Além disso, os pesquisadores acoplaram a técnica de microscopia multiespectral com a imagem de espectrometria de massa (MSI) do Instituto M4I. “Este novo método agora permite aos pesquisadores mapear o ambiente molecular das células e sua influência em seu comportamento, e isso fornece pistas para o tratamento médico”, concluiu o Dr. Pieter Goossens.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Maastricht (em inglês).

Fonte: Universidade Maastricht. Imagem: cientistas de Maastricht distinguiram quinze moléculas no tecido que se forma durante a calcificação dos vasos sanguíneos (placa aterosclerótica). Fonte: Divulgação, Universidade Maastricht.

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