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Novas descobertas abrem caminho para tratamento personalizado da Esclerose Múltipla

Esclerose múltipla causa sintomas neurológicos, como distúrbios sensoriais, dificuldades de locomoção e equilíbrio e visão prejudicada

Shutterstock

Fonte

Instituto Karolinska

Data

domingo, 1 maio 2022 16:35

Áreas

Biomedicina. Desenvolvimento de Fármacos. Hematologia. Imunologia. Imunoterapia. Medicina de Precisão. Microbiologia. Neurociências. Saúde Pública.

Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, desenvolveram  um método para identificar as células imunes envolvidas em doenças autoimunes e identificaram quatro novas moléculas-alvo de potencial importância para o futuro tratamento personalizado da esclerose múltipla. Os resultados, publicados na revista Science Advances, foram obtidos em colaboração com o Instituto Real de Tecnologia (KTH) e o Region Stockholm, também na Suécia.

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica do sistema nervoso central que geralmente se desenvolve entre as idades de 20 e 40 anos. A doença é impulsionada por células do sistema imunológico que atacam erroneamente o tecido ao redor dos neurônios no cérebro e na medula espinhal. A esclerose múltipla causa sintomas neurológicos, como distúrbios sensoriais, dificuldades de locomoção e equilíbrio e visão prejudicada. Atualmente não há cura, apenas tratamentos que reduzem as taxas de recaídas e aliviam os sintomas.

Quatro novos autoantígenos

“Os tratamentos existentes para esclerose múltipla são bastante indiscriminados em seu efeito sobre o sistema imunológico, e corre o risco de causar complicações, como infecções”, disse Mattias Bronge, doutorando no grupo de pesquisa do Dr. Hans Grönlund, professor do Departamento de Neurociência Clínica do Instituto Karolinska. “Guiar futuros tratamentos com mais precisão para as células imunes que conduzem a doença pode, portanto, levar a uma maior eficácia e menos efeitos colaterais”, continuou o pesquisador.

Trabalhando ao lado do grupo de pesquisa do professor Dr. Tomas Olsson no Instituto Karolinska, o Dr. Grönlund e sua equipe desenvolveram um método que permite identificar as células T que reagem a certas moléculas-alvo – os chamados autoantígenos. O estudo descreve quatro novos autoantígenos que podem ser adicionados aos poucos previamente identificados na esclerose múltipla e contribuirão significativamente para futuros desenvolvimentos em diagnóstico e tratamento.

Medicina de Precisão

“Nosso método permite apresentar esses autoantígenos de uma maneira que nos permite identificar e, posteriormente, desativar as células T que reagem a eles”, disse o Dr. Hans Grönlund, professor de Imunologia.

Dado que as pessoas com esclerose múltipla podem reagir a diferentes autoantígenos, é importante identificar as células imunológicas de cada paciente. Essa forma de criar um tratamento personalizado é chamada de medicina de precisão.

“Uma vez que o perfil de autoantígeno individual de um paciente é identificado, um tratamento pode ser adaptado de acordo”, explicou o Dr. Grönlund. “A maioria das doenças autoimunes são causadas por células T e, se pudermos encontrar uma maneira de atingi-las em doenças como a esclerose múltipla, podemos abrir caminho para tratamentos mais precisos e com menos efeitos colaterais para outras doenças autoimunes. Graças à nossa colaboração de longa data com o professor Roland Martin da Universidade de Zurique [na Suíça], nosso método será incluído em um estudo clínico de fase 2 que visa ‘desligar’ as células T agressivas que impulsionam o desenvolvimento e a progressão da esclerose múltipla.”

Amostras de sangue de pacientes com esclerose múltipla

O presente estudo envolveu 63 proteínas analisadas em amostras de sangue de pacientes com EM e controles saudáveis, quatro das quais demonstraram reatividade autoimune na esclerose múltipla: FABP7, PROK2, RTN3 e SNAP91. As proteínas testadas foram selecionadas em colaboração com o Atlas de Proteína Humana e o professor Dr. Torbjörn Gräslund, do KTH.

O Hans Grönlund é fundador da NEOGAP Therapeutics AB, que patenteou o método usado e, em conjunto, detém a patente dos autoantígenos apresentados no estudo com Mattias Bronge. Claudia Carvalho Queiroz, uma das principais pesquisadoras da NEOGAP Therapeutics AB, é doutora em Imunologia pela UFMG e também participou do estudo.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Karolinska (em inglês).

Fonte: Felicia Lindberg, Instituto Karolinska. Imagem: Shutterstock.

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