Notícia

Novas imagens das conexões cerebrais revelam amplo alcance de reguladores centrais

Fonte

Universidade da Califórnia em San Diego

Data

sábado, 10 abril 2021 14:45

Áreas

Neurociências.

Milhares de atividades diárias, desde fazer café até dar um passeio ou dizer olá a um vizinho, são possíveis por meio de uma coleção de estruturas cerebrais localizadas perto do centro do crânio.

O agrupamento de neurônios conhecido como gânglios da base é um centro de regulação de uma vasta gama de funções motoras e comportamentais de rotina. Mas quando a sinalização nos gânglios da base está enfraquecida ou rompida, movimentos debilitantes e distúrbios psiquiátricos podem surgir, incluindo a doença de Parkinson, a síndrome de Tourette, o  transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e o transtorno obsessivo-compulsivo.

Apesar de sua importância central no controle do comportamento, os caminhos específicos e detalhados pelos quais as informações fluem dos gânglios da base para outras regiões do cérebro permaneceram mal mapeados. Recentemente, pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) e do Instituto Zuckerman da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e seus colegas geraram um mapa preciso da conectividade do cérebro a partir do maior núcleo de saída dos gânglios da base, uma área conhecida como substantia nigra pars reticulata, ou SNr. As descobertas oferecem uma planta da arquitetura da área que revelou novos detalhes e um nível surpreendente de influência conectada aos gânglios da base.

Os resultados do estudo, liderado pela cientista Dra. Lauren McElvain e realizados no Laboratório de Neurofísica do professor Dr. David Kleinfeld na UCSD, e no laboratório do Dr. Rui Costa no Instituto Zuckerman, foram publicados na revista científica Neuron.

A pesquisa estabelece uma nova compreensão da posição dos gânglios da base na hierarquia do sistema motor. De acordo com os pesquisadores, os caminhos recém-identificados que emergem do mapa de conectividade podem abrir caminhos adicionais para a intervenção da doença de Parkinson e outros distúrbios ligados aos gânglios da base.

“Com o mapa de circuito detalhado em mãos, podemos agora planejar estudos para identificar as informações específicas transmitidas por cada via, como essas informações impactam os neurônios a jusante para controlar o movimento e como a disfunção em cada via de saída leva a diversos sintomas de doenças dos gânglios da base”, disse a Dra. Lauren.

Com o apoio dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), os pesquisadores desenvolveram o novo projeto trabalhando em camundongos, aplicando um conjunto de ferramentas modernas de neurociência que combinam técnicas de genética, rastreamento de vírus, imagens microscópicas automatizadas da anatomia de todo o cérebro e processamento de imagem. Os resultados revelaram novos conhecimentos surpreendentes sobre a amplitude das conexões.

“Esses resultados são um exemplo de como os pesquisadores apoiados pela BRAIN Initiative [do NIH] estão usando as mais recentes ferramentas de mapeamento cerebral para mudar de forma fundamental nossa compreensão de como as conexões nos circuitos cerebrais são organizadas”, disse o Dr. John J. Ngai, diretor da BRAIN Initiative do NIH.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade da Califórnia em San Diego (em inglês).

Fonte: Mario Aguilera, Universidade da Califórnia em San Diego. Imagem: Em verde são mostrados os axônios de células na região da substância negra que se conectam ao mesencéfalo. Pontos vermelhos identificam onde as células se conectam. Fonte: Lauren McElvain, Universidade da Califórnia em San Diego.

 

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