Notícia
Novo programa de terapia celular CAR-T pode trazer esperança a pacientes com lúpus grave
Programa busca avançar no tratamento para ajudar as pessoas que têm dificuldade em lidar com os sintomas da doença, como dores nas articulações, fadiga e erupções cutâneas
Robert A. Lisak, Escola de Medicina da Universidade Yale
Fonte
Escola de Medicina da Universidade Yale
Data
quinta-feira, 15 junho 2023 06:45
Áreas
Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Engenharia Biológica. Hematologia. Imunologia. Imunoterapia. Microbiologia.
Desde 2015, o Programa de Lúpus da Universidade Yale, nos Estados Unidos, realiza pesquisas clínicas e translacionais para entender melhor as causas do lúpus, uma doença autoimune crônica complexa que está entre as principais causas de morte em mulheres jovens. O programa também busca avançar no tratamento para ajudar as pessoas que têm dificuldade em lidar com os sintomas da doença, como dores nas articulações, fadiga e erupções cutâneas.
“Temos grande interesse em ajudar pacientes com lúpus com necessidades não atendidas, especialmente aqueles que não estão melhorando com os tratamentos padrão”, disse o Dr. Fotios Koumpouras, professor de Reumatologia na Escola de Medicina da Universidade Yale e diretor do Yale Lupus Program.
O objetivo atual no tratamento do lúpus é controlar a doença por meio de medicamentos que melhorem a função e a qualidade de vida do paciente. Mas as drogas usadas para tratar a condição complexa vêm com complicações e efeitos colaterais, e não há cura. Para fornecer uma alternativa melhor para os pacientes, o professor Fotios Koumpouras, junto com o Dr. Nathan Johnson e o Dr. Marwin Groener, residentes do Departamento de Medicina Interna da Universidade Yale, com a ajuda de uma equipe do Smilow Cancer Hospital, está desenvolvendo um programa que oferecerá uma nova terapia celular para doenças não malignas.
Chamada de terapia de células T do receptor de antígeno quimérico (CAR-T), a tecnologia já está sendo com sucesso para tratar pacientes com câncer. Os pesquisadores estão trabalhando para aplicar a nova terapia em pacientes com lúpus.
A terapia celular CAR-T tem o potencial de mudar o cenário para pessoas com lúpus grave, disse o professor Koumpouras. “A ideia é retirar as células T de um paciente, modificá-las e devolvê-las ao paciente”, disse ele. “Essas células terapêuticas manipuladas visam moléculas importantes que levam à inflamação no lúpus, e há uma aparente reinicialização imunológica que foi observada”.
A terapia com células CAR-T é uma forma de redirecionar o próprio sistema imunológico natural do corpo por meio de aprimoramentos, disse o Dr. Nathan Johnson. “Através de modificações em laboratório, permitimos que as próprias células T do corpo procurem e destruam efetivamente novos alvos que são a causa da doença”, disse o pesquisador.
Em pacientes com lúpus, as células B anormais criam autoanticorpos que atacam os próprios órgãos e tecidos do corpo, explicou o Dr. Marwin Groener. “As células CAR-T que têm como alvo as células B podem essencialmente esgotar as células B irregulares em pacientes com lúpus, ajudando-os a melhorar os sintomas e a remissão”, disse o especialista.
Atualmente, a terapia com células CAR-T é aprovada pela agência reguladora FDA nos Estados Unidos para tratar algumas formas de leucemia e mieloma múltiplo. Estudos recentes em pequena escala mostraram que a terapia pode trazer remissão duradoura em pacientes com lúpus. O Dr. Groener destacou um estudo na Alemanha em que cinco pacientes foram essencialmente curados de lúpus com poucos efeitos colaterais.
Agora, o Dr. Groener espera que o desenvolvimento do programa de terapia com células CAR-T em Yale ajude a estabelecer um novo método seguro para combater o lúpus em longo prazo. “À medida que o programa cresce, podemos disponibilizar o tratamento para mais pacientes e aplicá-lo a outras condições autoimunes”, disse o médico.
Os objetivos da pesquisa são personalizar tratamentos específicos para indivíduos e garantir que essa terapia de última geração seja acessível a todos. Esse tipo de atendimento ao paciente terá um impacto significativo ao dar esperança às pessoas que lutam contra doenças autoimunes.
O professor Koumpouras apontou para descobertas recentes que estimularam um novo ramo de opções terapêuticas para indivíduos com distúrbios não malignos. “Na verdade, mais de 20 terapias celulares diferentes, que estão sendo aplicadas para doenças malignas, estão sendo consideradas para aplicação potencial em doenças reumatológicas”, disse o pesquisador.
A nova tecnologia beneficiará os pacientes que foram encaminhados à clínica depois de terem tentado todos os outros tratamentos sem sucesso.
“Meu objetivo é fornecer novas opções para aqueles que esgotaram todas as outras terapias. Espero liderar o esforço para avançar esta ciência clínica em Yale enquanto desenvolvo um quadro de reumatologistas com experiência em terapias celulares para distúrbios não malignos”, concluiu o professor Dr. Fotios Koumpouras.
Acesse a notícia completa na página da Escola de Medicina da Universidade Yale (em inglês).
Fonte: Serena Crawford, Escola de Medicina da Universidade Yale. Imagem: Dr. Fotios Koumpouras. Fonte: Robert A. Lisak, Escola de Medicina da Universidade Yale.
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