Notícia

Novo sistema realiza análise genética de mutações do SARS-CoV-2 de modo mais rápido e fácil

Fonte

Universidade Hokkaido

Data

quinta-feira, 15 abril 2021 07:15

Áreas

Biomedicina. Doenças Infecciosas. Genoma. Saúde Pública.

Sabe-se que mutações no genoma do vírus SARS-CoV-2 ocorreram e se espalharam, mas qual o efeito dessas mutações? Os métodos atuais para estudar mutações no genoma SARS-CoV-2 são complexos e demorados porque os coronavírus têm genomas grandes. Para contribuir neste sentido, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Osaka e da Universidade Hokkaido, no Japão, desenvolveu um sistema de genética reversa baseado em PCR rápido para analisar mutações do SARS-CoV-2.

O sistema usa a reação em cadeia da polimerase (PCR) e uma reação de extensão da polimerase circular (CPER) para reconstruir o cDNA de comprimento total do genoma viral. Esse processo não envolve o uso de bactérias, que podem introduzir outras mutações indesejadas, e leva apenas duas semanas, usando etapas simples para gerar partículas de vírus infecciosas. Os demais métodos podem demorar até alguns meses e são procedimentos muito complicados.

“Este método nos permite examinar rapidamente as características biológicas das mutações no SARS-CoV-2”, disse o Dr. Shiho Torii, principal autor do estudo. “Podemos usar a técnica CPER para criar vírus recombinantes com cada mutação e examinar suas características biológicas em comparação com o vírus parental”, continuou o pesquisador. O grande genoma circular de SARS-CoV-2 pode ser construído a partir de fragmentos de DNA menores que podem então ser transformados em um genoma viral viável com CPER e usados ​​para infectar células hospedeiras adequadas. Uma grande quantidade de partículas virais infecciosas pode ser recuperada nove dias depois.

“Acreditamos que nosso método CPER contribuirá para a compreensão dos mecanismos subjacentes à propagação e patogênese do SARS-CoV-2, bem como ajudará a determinar o significado biológico das mutações emergentes”, explicou o Dr. Yoshiharu Matsuura, também um dos autores do estudo. “Isso poderia acelerar o desenvolvimento de novas terapêuticas e medidas preventivas para a COVID-19.” A equipe também sugere que o uso do método CPER permitirá aos pesquisadores inserir “gene marcador” no genoma do SARS-CoV-2 para ‘marcar’ genes ou proteínas de interesse. Isso permitirá uma maior compreensão de como o SARS-CoV-2 infecta as células e causa a COVID-19, auxiliando no desenvolvimento de terapias. O método CPER poderia até permitir a geração de um vírus recombinante incapaz de causar a doença, que poderia ser usado como uma vacina segura e eficaz contra o SARS-CoV-2.

As mutações estão surgindo na população do SARS-CoV-2 o tempo todo, bem como questões sobre o que essas mutações fazem e se podem afetar a eficácia das vacinas. “Nosso método simples e rápido permite que cientistas de todo o mundo caracterizem as mutações, o que é um passo vital na luta contra o SARS-CoV-2”, concluiu o Dr. Takasuke Fukuhara, do grupo de pesquisa.

Os resultados foram publicados na revista científica Cell Reports.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Hokkaido (em inglês).

Fonte: Naoki Namba, Universidade Hokkaido. Imagem: Micrografia eletrônica de transmissão de partículas do vírus SARS-CoV-2, isoladas de um paciente. Fonte: NIH/NIAID.

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