Notícia

Novo sistema tem capacidade para determinar múltiplos biomarcadores simultaneamente e pode melhorar o diagnóstico da COVID-19

Sistema desenvolvido na Espanha é mais completo que as ferramentas atuais

Divulgação, Universidade Politécnica de Madri

Fonte

UPM | Universidade Politécnica de Madri

Data

segunda-feira, 19 julho 2021 06:10

Áreas

Biomedicina. Bioquímica. Diagnóstico. Doenças Infecciosas. Saúde Pública.

Uma equipe de pesquisadores do Hospital Clínico San Carlos e da Universidade Politécnica de Madrid, na Espanha, desenvolveu um sistema de detecção in vitro confiável e de elevado desempenho, mais completo que os sistemas atuais e que melhora o diagnóstico da COVID-19. Os resultados foram publicados na revista científica Sensors and Actuators B: Chemical.

O sistema de diagnóstico provou ser mais completo do que os sistemas conhecidos até agora devido à sua capacidade de determinar vários biomarcadores simultaneamente em um único kit de diagnóstico: “Sabemos a importância de usar vários biomarcadores para determinar com mais precisão os fatores de diagnóstico e o prognóstico da doença, daí a importância da tecnologia desenvolvida. Além disso, esta tecnologia também pode ser utilizada para a detecção do antígeno viral em simultâneo com outros biomarcadores ”, explicou o Dr. Miguel Holgado, pesquisador do Instituto de Investigação Sanitária do Hospital Clínico San Carlos de Madrid. Outros pesquisadores do grupo de desenvolvimento da tecnologia pertencente ao grupo de pesquisa em Óptica, Fotônica e Biofotônica da Universidade Politécnica de Madrid.

Dada a capacidade do sistema de diagnóstico de medir vários biomarcadores simultaneamente, ele pode ser personalizado para determinar indicadores de gravidade da COVID-19. Na primeira fase do desenvolvimento, foi medida a quantidade de anticorpos que permite aos especialistas analisar o grau de imunidade; posteriormente, foram acrescentados dois marcadores de inflamação, como a ferritina e proteína C-reativa, observando que a quantidade de anticorpos e a ferritina parecem indicadores de gravidade da doença. Atualmente, outros biomarcadores estão sendo incorporados, como certas citocinas, que não só permitirão diagnosticar a doença com um simples kit diagnóstico, mas também avaliar sua gravidade com maior precisão.

O sistema usa kits de diagnóstico contendo 16 ou 65 compartimentos “e pode ser reconfigurado dependendo das necessidades diagnósticas necessárias para a determinação de anticorpos específicos para o SARS-COV-2 (imunoglobulinas totais), para determinar o tipo de anticorpos (IgG, IgM, IgA) e introduzir outros biomarcadores, como marcadores de inflamação e citocinas simultaneamente”, acrescentou o pesquisador.

Para o desenvolvimento deste sistema já foram analisados ​​mais de 2.200 diagnósticos de saliva e mais de 650 diagnósticos de sangue e o sistema tem se mostrado uma alternativa real aos sistemas usuais hoje em dia, pois reduz a quantidade de reagentes necessários para o teste e pode eliminar etapas adicionais, como a necessidade de desenvolvimento químico das amostras, permitindo sua utilização periódica devido à sua alta capacidade de triagem.

A tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores permitirá que seja utilizado como diagnóstico universal pela facilidade de uso em soro, saliva e lágrimas – neste último caso ainda em experimentação – e também pode ser configurado para medir os outros diagnósticos e biomarcadores de prognóstico. A versatilidade e capacidade desta tecnologia é o que faz a diferença com as técnicas clássicas habituais.

Mais completo do que os testes sorológicos clássicos e PCR

A nova ferramenta diagnóstica aprimora o PCR, na medida em que detecta apenas a presença do vírus na região da nasofaringe, de onde é coletada a amostra, mas com uma janela de tempo que pode determinar que uma pessoa infectada não apresente antígenos virais na amostra extraída, uma vez que após três ou quatro dias o vírus é capaz de viajar da mucosa nasofaríngea para os pulmões ou para outra parte do corpo. Já os testes sorológicos apresentam a presença de um ou dois marcadores e as técnicas utilizadas costumam ser caras ou menos eficientes.

Outra vantagem do novo sistema é que ele requer um volume de amostra muito pequeno, apenas 1 microlitro por compartimento, situação extremamente importante quando há pouca amostra biológica, como lágrimas.

A equipe de pesquisadores está realizando outros estudos para averiguar a capacidade do sistema de detecção in vitro no estudo e diagnóstico precoce de outras patologias, como Alzheimer, alergias alimentares e diferentes doenças infecciosas como o HIV.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Politécnica de Madri (em espanhol).

Fonte: Universidade Politécnica de Madri.  Imagem: Divulgação, Universidade Politécnica de Madri.

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