Notícia

Novo spray combate infecções e resistência a antibióticos

Já se estima que bactérias resistentes a antibióticos causem cerca de 1,3 milhão de mortes por ano em todo o mundo

Anna Lena Lundqvist, Universidade de Tecnologia Chalmers

Fonte

Universidade de Tecnologia Chalmers

Data

terça-feira, 31 janeiro 2023 13:45

Áreas

Bacteriologia. Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Dermatologia. Indústria Farmacêutica. Microbiologia. Ortopedia. Saúde Pública. Toxicologia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a resistência a antibióticos como uma das dez principais ameaças à saúde global. Há, portanto, uma grande necessidade de novas soluções para combater as bactérias resistentes e reduzir o uso de antibióticos.

Recentemente, um grupo de pesquisadores da Universidade de Tecnologia Chalmers, na Suécia, apresentou um novo spray que pode matar até bactérias resistentes a antibióticos e que pode ser usado para o tratamento de feridas e diretamente em implantes e outros dispositivos médicos.

“Nossa inovação pode ter um impacto duplo na luta contra a resistência a antibióticos. O material demonstrou ser eficaz contra muitos tipos diferentes de bactérias, incluindo aquelas resistentes a antibióticos, como staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), além de ter o potencial de prevenir infecções e, assim, reduzir a necessidade de antibióticos”, disse o Dr. Martin Andersson, chefe de pesquisa do estudo e professor do Departamento de Química e Engenharia Química de Chalmers.

Já se estima que bactérias resistentes a antibióticos causem cerca de 1,3 milhão de mortes por ano em todo o mundo. Como parte do esforço para retardar a disseminação e o desenvolvimento da resistência aos medicamentos, o novo material antibacteriano desenvolvido pelos pesquisadores de Chalmers pode ser usado na área da saúde e se tornar uma ferramenta eficaz para combater a resistência aos antibióticos.

O material consiste em pequenas partículas de hidrogel equipadas com um tipo de peptídeo que efetivamente mata as bactérias. A ligação dos peptídeos às partículas proporciona um ambiente protetor e aumenta a estabilidade dos peptídeos. Isso permite que eles trabalhem em conjunto com fluidos corporais, como o sangue, que de outra forma inativam os peptídeos, dificultando seu uso na área da saúde. Em estudos anteriores, os pesquisadores mostraram como os peptídeos podem ser usados para materiais de tratamento de feridas, como curativos. Eles publicaram agora dois novos estudos nos quais o material bactericida é usado na forma de spray para feridas e como revestimento em dispositivos médicos. Este novo passo na pesquisa significa que a inovação pode ser usada de mais maneiras e ser um benefício ainda maior na área da saúde.

Mata bactérias sem afetar adversamente a cicatrização de feridas

O spray para feridas, que pode atingir feridas profundas e outras áreas abertas do corpo onde as bactérias podem entrar, é flexível e muito útil para tratar e prevenir infecções. O novo material tem muitas vantagens sobre os sprays e desinfetantes existentes.

“A substância neste spray para feridas é completamente atóxica e não afeta as células humanas. Ao contrário dos sprays bactericidas existentes, não inibe o processo de cicatrização do corpo. O material, que é simplesmente borrifado sobre a ferida, também podem matar as bactérias em um tempo mais curto”, disse Edvin Blomstrand, doutorando do Departamento de Química e Engenharia Química da Universidade de Tecnologia Chalmers e coautor do artigo científico.

Reduz o risco de infecção de materiais introduzidos no corpo

Para tratamentos nos quais materiais como implantes e cateteres são inseridos no corpo, as infecções são um grande problema. Portanto, há grande necessidade de novos biomateriais antibacterianos, ou seja, materiais que tratem, substituam ou modifiquem órgãos, tecidos ou funções em um corpo biológico. Uma das principais fontes de infecção hospitalar vem do uso de cateteres urinários. O novo revestimento dos pesquisadores de Chalmers agora pode ser uma nova ferramenta eficaz para reduzir esse risco e prevenir infecções.

“Embora os cateteres sejam estéreis quando desembalados, eles podem ser contaminados com bactérias enquanto são introduzidos no corpo, o que pode levar à infecção. Uma grande vantagem desse revestimento é que as bactérias são mortas assim que entram em contato com a superfície. Outra [vantagem] é que pode ser aplicado a produtos existentes que já são usados na área da saúde”, disse Annija Stepulane, doutoranda do Departamento de Química e Engenharia Química da Chalmers e coautora do artigo.

No estudo, os pesquisadores testaram o revestimento em materiais de silicone usados para cateteres, mas veem oportunidades de usá-lo em outros biomateriais.

Pesquisa em paralelo com o desenvolvimento do produto

A pesquisa sobre os materiais antibacterianos está sendo realizada em colaboração com a empresa spin-off Amferia AB, que também está comercializando a tecnologia. A Universidade de Tecnologia Chalmers e a Amferia apresentaram anteriormente o material antibacteriano na forma de curativos de hidrogel, que estão atualmente sob investigação clínica para tratamento de feridas humanas e animais.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Tecnologia Chalmers (em inglês).

Fonte: Jenny Holmstrand, Universidade de Tecnologia Chalmers. Imagem: Spray pode ser aplicado diretamente em feridas sem prejudicar a cicatrização ou aplicado como revestimento em cateteres e implantes para prevenir infecções e combater até mesmo bactérias multirresistentes.

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