Notícia
Novo teste detecta mais casos de câncer de colo de útero
Novo teste molecular WID-qCIN, que pode substituir a análise citológica, pode analisar automaticamente as alterações epigenéticas nas células, ou seja, alterações que afetam quais genes estão ativos e quais não estão
scientificanimations.com via Wikimedia Commos
Fonte
Instituto Karolinska
Data
quarta-feira, 5 junho 2024 14:30
Áreas
Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Diagnóstico. Engenharia Biológica. Ginecologia. Microbiologia. Oncologia. Saúde da Mulher. Saúde Pública.
Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, e da Universidade de Innsbruck, na Áustria, desenvolveram um método de triagem mais simples e eficaz para o câncer de colo de útero (também chamado de câncer cervical) do que o método usado atualmente. Um estudo abrangente, publicado na revista científica Nature Medicine, mostrou que o teste detecta significativamente mais cânceres e estágios pré-cancerígenos.
A triagem do câncer de colo de útero é essencial para a detecção precoce e prevenção. A maioria dos países tem um programa de triagem muito extenso que começa com o teste para diferentes variantes do papilomavírus humano (HPV), que causa o câncer de colo de útero. No caso de um teste positivo para HPV, o próximo passo é a chamada análise citológica, o exame de amostras de células ginecológicas por microscopia, que depende da interpretação humana.
O novo teste molecular WID-qCIN, que pode substituir a análise citológica, pode analisar automaticamente as alterações epigenéticas nas células, ou seja, alterações que afetam quais genes estão ativos e quais não estão. Essas alterações são influenciadas por fatores como ambiente, estilo de vida e envelhecimento e podem aumentar o risco de câncer e outras doenças.
Menos procedimentos invasivos
O estudo atual incluiu mais de 28.000 mulheres com mais de 30 anos que passaram por exames em Estocolmo entre janeiro e março de 2017. Os pesquisadores analisaram um total de 2.377 amostras positivas para HPV com o teste WID-qCIN combinado com um teste para dois tipos de HPV de alto risco (HPV 16 e 18). Dessa forma, eles conseguiram detectar 100% de todo o câncer de colo de útero invasivo e 93% de todas as lesões pré-cancerosas graves que ocorreram dentro de um ano da amostragem.
Além disso, o novo teste, em combinação com o teste HPV 16/18, foi capaz de prever 69% de todos os cânceres e lesões pré-cancerosas até seis anos após a coleta da amostra. Isso pode ser comparado com apenas 18% com o método de triagem atual.
“Ao integrar o teste WID-qCIN em nossos programas de triagem, seríamos capazes de identificar mais casos de câncer, reduzindo a necessidade de procedimentos invasivos”, disse o Dr. Joakim Dillner, professor de Epidemiologia de Doenças Infecciosas no Departamento de Ciência Clínica, Intervenção e Tecnologia do Instituto Karolinska e coautor do estudo.
Melhoria significativa
Quando alterações celulares são detectadas no programa de triagem atual, a mulher passa por um exame vaginal, a chamada colposcopia, onde o(a) ginecologista analisa o colo do útero com a ajuda de um microscópio e, se necessário, faz uma biópsia. A biópsia envolve um procedimento cirúrgico que, entre outras coisas, pode levar a resultados negativos na gravidez, como parto prematuro. Os resultados do estudo atual sugerem que a implementação do teste WID-qCIN pode reduzir o número de exames de colposcopia em 40%.
“Isso significaria uma melhoria significativa em comparação aos métodos de triagem atuais, que foram introduzidos na década de 1960”, disse o Dr. Martin Widschwendter, autor sênior do estudo, professor da Universidade de Innsbruck e professor visitante do Departamento de Saúde da Mulher e da Criança do Instituto Karolinska. “Com sua simplicidade e avaliação objetiva, o teste WID-qCIN pode melhorar a eficácia desses programas e apoiar a estratégia global para eliminar o câncer de colo de útero”.
Vários dos autores do estudo são inventores de patentes relacionadas ao teste WID-qCIN e são acionistas da Sola Diagnostics GmbH, que detém os direitos de comercialização do teste.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Instituto Karolinska (em inglês).
Fonte: Felicia Lindberg, Instituto Karolinska. Imagem: Fonte: scientificanimations.com via Wikimedia Commons.
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