Notícia

Opção terapêutica pode prevenir tuberculose em pessoas com HIV

Pesquisa  foi conduzida na Fiocruz e em outros 44 centros de 10 países da África, Ásia, Américas e Caribe, acompanhando 3 mil voluntários com infecção pelo HIV

Divulgação

Fonte

Fiocruz | Fundação Oswaldo Cruz

Data

segunda-feira, 24 junho 2019 14:35

Áreas

Biotecnologia. Farmacologia. Saúde Pública.

A tuberculose é a principal causa de morte entre as pessoas infectadas pelo HIV. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017 foram registrados 10 milhões de novos casos da doença no mundo e 300 mil mortes apenas entre pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA). Neste cenário, duas medidas para redução do risco de tuberculose ativa nesta população são de extrema importância: início imediato de Terapia Antirretroviral Combinada (TARc) e Tratamento da Infecção Latente por Tuberculose (ILTB) – condição em que o indivíduo possui a infecção por tuberculose sem qualquer indicio de doença ativa. Um tratamento de ILTB de um mês de duração oferece uma alternativa ao preconizado pela OMS – Isoniazida (INH) por seis a nove meses – com potencial para revolucionar a estratégia de prevenção da coinfecção tuberculose/HIV.  O estudo, cujos resultados foram publicados recentemente na revista científica The New England Journal of Medicine (NEJM), tem como um de seus coautores o Dr. Rodrigo Escada, pesquisador do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids, no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).

A pesquisa, descrita no artigo One Month of Rifapentine plus Isoniazid to Prevent HIV-Related Tuberculosis, foi conduzida no INI e em outros 44 centros de 10 países da África, Ásia, Américas e Caribe, acompanhando 3 mil voluntários com infecção pelo HIV. Os participantes do estudo foram distribuídos de forma aleatória para receberem Rifapentina e INH por quatro semanas ou INH por nove meses e foram monitorados posteriormente ao longo de três anos e três meses, em média. Para o Dr. Rodrigo Escada, um dos maiores méritos da pesquisa foi demonstrar que a nova estratégia é tão eficiente quanto o tratamento recomendado atualmente pela OMS. “Os pacientes do grupo que usaram o tratamento de curta duração apresentaram menos eventos adversos e uma adesão significativamente maior, de 97% contra 90% no grupo que recebeu INH por 9 meses”, destaca o pesquisador.

Prevenção da tuberculose e de outras infecções bacterianas

“Nas pessoas vivendo com HIV/Aids o risco de contrair tuberculose é até 27 vezes maior que o da população geral. O tratamento da infecção latente por tuberculose não apenas reduz a incidência da doença ativa, mas também o risco de doenças graves relacionadas ao HIV”, explica o Dr. Rodrigo, destacando em seguida a importância de falar sobre a resistência que existe para a prescrição da Isoniazida para o tratamento da ILTB. “Em 2017, por exemplo, apenas 1 milhão de PVHA, dos 30 milhões elegíveis para o tratamento da Infecção Latente no mundo, receberam a medicação. A descrença na eficiência do tratamento e o receio da falta de adesão, da toxicidade e da interação com a TARc são as principais causas do baixo índice de prescrição do tratamento de ILTB pelos médicos”, lamenta. Para o pesquisador é estratégica a sensibilização no sentido de adotar o tratamento da Infecção Latente o mais precocemente possível, de preferência no momento do diagnóstico da infecção pelo HIV.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Fiocruz.

Fonte: Juana Portugal (INI/Fiocruz). Imagem: Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch, transmissor da tuberculose. Fonte: Divulgação.

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