Notícia

Ouro em nanoescala tem potencial no tratamento do câncer

Pesquisadores da Universidade do Porto estão fabricando, otimizando e testando nanopartículas de ouro com potencial no tratamento do câncer

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

Fonte

Universidade do Porto

Data

segunda-feira, 12 junho 2023 06:40

Áreas

Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Física Médica. Medicina de Precisão. Microbiologia. Nanotecnologia. Oncologia. Saúde Pública.

Pesquisadores do Instituto de Física de Materiais Avançados, Nanotecnologia e Fotônica (IFIMUP), sediado na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), em Portugal, estão fabricando, otimizando e testando nanopartículas de ouro com potencial no tratamento do câncer.

O trabalho é a base da dissertação de mestrado em Física Médica de Sara Freitas, orientada pela Dra. Célia Sousa e pelo Dr. João Horta Belo. Também juntou-se à pesquisa o cirurgião Dr. José Azevedo, pesquisador da Fundação Champalimaud. Da amizade entre o físico João Horta Belo e o médico especialista em câncer colorretal, surgiu uma parceria para o futuro.

O objetivo é usar as nanopartículas de ouro como reforço da fototerapia e radioterapia. Antes de serem injetadas na corrente sanguínea, as nanopartículas podem ser funcionalizadas com marcadores para se ligarem especificamente a determinadas células tumorais.

É esta vontade de chegar a tratamentos menos invasivos, com menos efeitos secundários e que não afetem as células saudáveis, que motiva a equipe de pesquisadores a explorar o ouro em nanoescala.

“Estas nanopartículas são biocompatíveis e agentes fototérmicos, ou seja, são capazes de gerar calor devido à absorção da radiação eletromagnética e consequentemente causar a morte das células cancerígenas por hipertermia”, explicou o Dr. João Horta Belo, pesquisador do IFIMUP. “Para além disso, são radiossensíveis e, no nosso corpo, funcionam como nanoantenas, multiplicando o ‘sinal’ da radiação do tipo raio X”, acrescentou.

Atualmente, já existem testes in vivo e in vitro com estas partículas para vários tipos de câncer. No entanto, em um estudo de revisão publicado recentemente, a equipe do IFIMUP verificou que há muito poucos estudos e informação sobre a utilização combinada das nanopartículas com a fototerapia e radioterapia.

Neste sentido, o objetivo dos investigadores passa por explorar o potencial [das nanopartículas] na fototerapia. Para isso, lançaram mãos à obra e iniciaram um estudo, utilizando um laser contínuo.

“As nanopartículas podem ter diferentes formas: esféricas, em fio ou estrela – que absorvem a luz em diferentes comprimentos de onda”, explicitou o professor João Horta Belo. “Podemos controlar a morfologia destas nanopartículas de forma a absorverem mais luz próxima da região do infravermelho, para que mais energia passe da pele até as nanopartículas. Quanto maior a energia absorvida por estas nanopartículas, maior o calor que vão libertar para eliminarem as células tumorais”, continuou o pesquisador.

Com o estudo, direcionado para o câncer colorretal, a segunda causa de morte por câncer no mundo ocidental, ficou demonstrado que é possível otimizar as condições experimentais para que as nanopartículas absorvam o máximo de energia e produzam mais calor, aquecendo as células cancerígenas e eliminando-as.

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.

Fonte: Renata Silva, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Imagem: nanopartículas de ouro com potencial no tratamento do câncer. Fonte: Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

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