Notícia
Pesquisa analisa potencial de planta no combate a fungos que causam a candidíase
Mimosa caesalpiniifolia é conhecida popularmente como sansão-do-campo ou sabiá e é encontrada no solo do Cerrado e da Caatinga
Maurício Mercadante, Flickr
Fonte
UNIFAL-MG | Universidade Federal de Alfenas
Data
quinta-feira, 14 novembro 2019 13:20
Áreas
Desenvolvimento de Fármacos. Farmacognosia. Fitoterapia.
Uma pesquisa iniciada durante o mestrado de Marcelo José Dias da Silva, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), tem repercutido no meio científico brasileiro, após descoberta do potencial da planta Mimosa caesalpiniifolia para combater fungos que causam a candidíase, infecção que acomete mulheres e homens nos genitais.
Mimosa caesalpiniifolia é conhecida popularmente como sansão-do-campo ou sabiá e é encontrada no solo do Cerrado e da Caatinga. “É utilizada pelas populações locais como forrageira e na medicina caseira como cicatrizante, anti-inflamatório e males das vias respiratórias superiores”, descreve Marcelo Dias na dissertação desenvolvida na UNIFAL-MG ainda no ano de 2012.
Sob a orientação do professor Dr. Marcelo Silva, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, o estudo começou com a caracterização química e avaliação biológica do extrato e frações da planta, quando o orientando realizou ensaios que buscaram o conhecimento botânico da espécie, cujos resultados indicaram que o extrato e as frações da planta poderiam constituir em novos medicamentos para o controle farmacológico de processos inflamatórios, microbiológicos e anticancerígenos e para o conhecimento da química.
Marcelo Dias aprofundou sua pesquisa no doutorado concluído em 2016 na Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Araraquara-SP, orientado pelo professor Dr. Wagner Vilegas e coorientado pelo professor Marcelo Silva da UNIFAL-MG. Na tese, o pesquisador investigou a composição química, isolou e caracterizou os constituintes químicos do extrato e/ou frações das folhas de Mimosa caesalpiniifolia. O trabalho contribuiu de maneira significativa para o conhecimento do perfil químico e biológico de extratos da planta.
O estudo se estendeu para o pós-doutorado de Marcelo Dias, realizado em parte na Unesp e em parte na Universidade de Cádiz, Espanha, contando com extração e parte do desenvolvimento e investigação do experimento na UNIFAL-MG.
Conduzida por Marcelo Dias, a pesquisa faz parte de um projeto de pesquisa maior, coordenado pelo professor Wagner e intitulado “Fitoterápicos padronizados como alvo para o tratamento de doenças crônicas”, que conta com parceria com a UNIFAL-MG e pesquisadores espanhóis.
Para se chegar aos resultados sobre o potencial da planta no combate a fungos que causam a candidíase, o grupo isolou os compostos químicos das folhas de sansão-do-campo e testou as combinações mais eficazes na inibição do crescimento de duas espécies do gênero de fungos Candida, a Candida glabrata e a Candida krusei. Assim, quatro dos 28 compostos testados apresentaram resultados promissores e serão testados na forma de pomada – a ideia é que ela possa um dia ser uma alternativa ao fluconazol, tratamento antifúngico padrão no tratamento contra a candidíase.
O estudo foi publicado na revista científica Journal of Natural Products e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da UNIFAL-MG.
Fonte: Ana Carolina Araújo, UNIFAL-MG. Imagem: Maurício Mercadante, Flickr.
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