Notícia

Pesquisa analisa soro de pacientes com câncer de mama para tornar o tratamento mais eficaz

Analisar biomarcadores do estado redox é importante para determinar o prognóstico da doença

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Fonte

UFU | Universidade Federal de Uberlândia

Data

segunda-feira, 11 março 2024 11:55

Áreas

Análises Clínicas. Biologia. Biomarcadores. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Diagnóstico. Microbiologia. Oncologia. Patologia. Saúde Pública.

Avaliação de assinaturas moleculares relacionadas a processos redox em mulheres com câncer de mama‘ é o título da tese de doutorado defendida pela pesquisadora Letícia Lopes Dantas Santos, no início deste ano, e orientada pela professora Dra. Yara Cristina de Paiva Maia no Programa de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A pesquisa teve como objetivo analisar o soro de pacientes com câncer de mama na procura de um diferencial que seja útil para determinar quais as consequências da doença para o paciente e, desse modo, tornar o tratamento mais eficaz.

Conforme as pesquisadoras, esses processos redox, ou reações de oxido-redução, consistem na remoção de um ou vários elétrons de uma primeira molécula, uma etapa chamada oxidação, e uma subsequente doação desses elétrons para uma segunda molécula, uma etapa chamada redução. Entretanto, esses processos podem ser desequilibrados no sentido pró-oxidativo devido, entre outros fatores, à superexpressão da proteína HER2, relacionada ao crescimento e desenvolvimento das células mamárias.

De acordo com o estudo, esse desequilíbrio demonstrou ser importante no prognóstico do câncer de mama. Ao final do estudo, a pesquisadora concluiu que, dentre os biomarcadores do estado redox que foram avaliados, esse desequilíbrio, também chamado de estresse oxidativo, foi uma característica que estava presente no soro de mulheres com câncer de mama HER2+, que é o subtipo mais agressivo dessa doença, diferente das amostras dos subtipos HER2- e DBM, nos quais essa menor capacidade antioxidante não foi encontrada. Essa diferenciação seria fundamental para melhorar o prognóstico da doença e, consequentemente, indicar se mudanças na terapia ou intervenções são necessárias ao longo do tratamento do câncer.

Os resultados foram publicados na revista científica MDPI.

O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre mulheres e sua incidência nas brasileiras também é a mais elevada (após o câncer de pele não melanoma), correspondendo a mais de 30% de todos os tumores que atingem a população feminina e mantendo ascendente a taxa de mortalidade. Os tumores malignos de mama são a segunda principal causa de morte entre a população feminina e têm crescido especialmente nos países em desenvolvimento, como os da América do Sul. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) elenca os principais fatores associados ao aparecimento dessa doença em mulheres, dos quais cerca de 90% são ambientais, como atividade física insuficiente, consumo de álcool, obesidade e sedentarismo. Entretanto, esses fatores são passíveis de prevenção, por exemplo, com melhoria da qualidade de vida, dieta e saúde. Além disso, apenas cerca de 10% dos cânceres de mama são causados por questões genéticas.

Embora a pesquisa da Dra. Letícia Santos tenha sido concluída, por ser um estudo pioneiro e com um tamanho amostral pequeno, ainda levará tempo para que seus resultados sejam aplicados na prática em hospitais brasileiros, seja em particulares ou no Sistema Único de Saúde (SUS). É preciso que outros pesquisadores continuem desenvolvendo esse trabalho, o que já está acontecendo, para aumentar o tamanho amostral e realizar um estudo prospectivo e de validação.

“Pensar nos pacientes e como isso irá chegar para eles é o grande motivador para mim, ver como a pesquisa pode ajudar de alguma forma, não necessariamente estas mulheres agora, mas as que passarão por isso no futuro. Por isso, estamos trabalhando para que os artigos sejam publicados e para que gerem visibilidade para a pesquisa, para ocasionar estudos maiores, para que os resultados cheguem o mais rápido possível à população”, concluiu a Dra. Letícia Santos.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Portal Comunica UFU.

Fonte: João Pedro Peron, Portal Comunica UFU. Imagem: gpointstudio via Freepik.

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