Notícia

Pesquisa aponta alternativa para rastrear possíveis casos de câncer de colo de útero

O estudo foi realizado com 412 mulheres, com idades entre 18 e 81 anos, selecionadas de 32 comunidades ribeirinhas no Amazonas

Érico Xavier, FAPEAM

Fonte

FAPEAM | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas

Data

sábado, 17 agosto 2019 11:00

Áreas

Diagnóstico. Testes Rápidos. Biotecnologia.

A prevenção ainda é a melhor forma de combater as doenças. Por isso, uma pesquisa científica fomentada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) analisou uma nova tecnologia de rastreio do câncer do colo de útero, por autocoleta, e teste rápido para o Papilomavírus Humano (HPV) em mulheres ribeirinhas do município de Coari (AM), localizado a 363 km de Manaus.

O método alternativo de rastreamento vai auxiliar no diagnóstico precoce das lesões precursoras do câncer de colo uterino, bem como subsidiar discussões que reduzam os números de morbidade e mortalidade das Neoplasias Intraepiteliais Cervicais (NICs).

Coordenado pela pesquisadora Valquíria Martins, o projeto  “Descrição da frequência de lesões de alto grau do colo do útero pela presença da proteína E6 e da genotipagem do Papilomavírus Humano (HPV) encontrados em mulheres ribeirinhas do município de Coari/AM, utilizando técnica de autocoleta” foi desenvolvido na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) e amparado pelo Programa de Apoio à Pesquisa (Universal Amazonas), Edital Nº 030/2013. O estudo foi publicado na revista científica Plos One.

A autocoleta consiste no uso de um dispositivo estéril com o qual a própria mulher faz coleta de células do canal vaginal e do colo do útero para avaliar a presença do HPV.

O estudo foi realizado com 412 mulheres, com idades entre 18 e 81 anos, selecionadas de 32 comunidades ribeirinhas, no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2015. As amostras foram obtidas por autocoleta nas casas das mulheres utilizando dispositivo próprio (escova Rovers® Evalyn®).

O procedimento permite aumentar o índice de cobertura do exame ginecológico em regiões remotas e de difícil acesso, pois não demanda o deslocamento das pacientes, para a coleta de amostra cervical, e possibilita que parte da população, sem acesso aos programas de prevenção, se integre a eles.

A autocoleta com escova foi uma ferramenta aceita por 97,8% das mulheres entrevistadas e considerada de fácil manuseio por 95,4% das participantes. Quanto mais esse instrumento se tornar familiar ao público, mais mulheres estariam dispostas a utilizar esta opção de coleta no futuro.  

Amostras analisadas

Nas amostras cérvico-vaginais estudadas foram constatadas a prevalência de infecção por HPV em 77 mulheres (18,7%). Em seis mulheres (1,4%) foi observada a expressão da proteína E6, que é altamente oncogênica. Estudos relatam que a expressão dessa proteína pode ser responsável pelo início e manutenção do processo que culmina no câncer cervical.

As mulheres com triagem positiva para um dos testes foram submetidas à avaliação colposcópica (procedimento médico diagnóstico para avaliar o colo do útero e os tecidos da vagina e vulva) e exame histopatológico (permite afirmar a natureza de uma lesão) quando necessário.

O resultado histopatológico das mulheres positivas no teste identificou 1 caso de neoplasia intraepitelial cervical de grau I (NIC I), 1 caso de neoplasia intraepitelial cervical de grau III (NIC III) e 1 carcinoma invasor.

De acordo com Valquíria Martins, um diagnóstico preciso de HPV é essencial, pois vai definir se o vírus presente é de alto risco ou não, podendo influenciar no prognóstico da doença.

O estudo também contribuiu na formação de recursos humanos e resultou na dissertação de mestrado da aluna Josiane Montanho Mariño,  da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da FAPEAM.

Fonte: Helen de Melo, FAPEAM. Imagem: Érico Xavier, FAPEAM.

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